Da natação para o basquete
Antes de despontar em algum esporte é comum atletas terem praticado outras modalidades durante a infância ou juventude. Alguns conseguem até conciliar as atividades diferentes antes de optar por uma. Existem casos famosos envolvendo a natação, como o do brasileiro Fernando Scherer. Quando garoto, Xuxa jogava tênis e rivalizava com Gustavo Kuerten. Aos 14 anos tomou a decisão de virar nadador e o resto da história todos já sabem. Outro caso é o do velocista americano Josh Schneider, medalhista no Mundial de curta em 2010 e membro do time americano no último Desafio Raia Rápida. Nos tempos de high school ele era jogador de futebol americano, mas ao entrar na universidade optou pelas piscinas. Mas existe uma história muito peculiar sobre este tema.
O personagem dessa história é um dos maiores jogadores da história recente da NBA e do basquete americano. Nascido em 1976 nas Ilhas Virgens, território americano na região do Caribe, Tim Duncan por muito pouco não se tornou um nadador profissional. Pivô do San Antonio Spurs e campeão da NBA em quatro oportunidades, o sonho de infância de Duncan era disputar uma Olimpíada como nadador. A inspiração era sua irmã mais velha, Tricia que representou as Ilhas Virgens em Seul-1988.
Quando garoto, Duncan treinava na única piscina olímpica de St. Croix, a capital das Ilhas Virgens. De acordo com professores e colegas de escola, Duncan poderia chegar longe nas piscinas. Nadava as provas de 200m e 400m livre e além da boa técnica, tinha uma altura que fazia muita diferença (hoje ele tem 2,13m). Mas tudo isso mudou em 1989 quando o Furacão Hugo atingiu as Ilhas Virgens. O fenômeno tropical arrasou a cidade e destruiu diversos prédios, entre eles a piscina onde Duncan nadava.
Inicialmente ele não desistiu do sonho de ser nadador e resolveu treinar no mar, porém, o medo de ser atacado por tubarões que habitam as águas do Caribe o fizeram recuar. Após perder a mãe, vítima de câncer de mama, Duncan decidiu estudar e entrar em uma universidade. A chance veio através do esporte, mas não na natação e sim no basquete, modalidade que passou a jogar.
Se ele teria sucesso nas piscinas nós jamais saberemos. Ele poderia ter disputado uma Olimpíada pelas Ilhas Virgens, como poderia não ter sucesso e ser obrigado a fazer outra coisa da vida. O fato é que no basquete, Duncan descobriu sua vocação e hoje, próximo do fim da carreira, é considerado por muitos como um dos melhores pivôs da história da modalidade. Ele realizou seu sonho e disputou uma Olimpíada em 2004, quando o Dream Team americano ficou apenas com a medalha de bronze.
por Guilherme Freitas
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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