Copa do Mundo da Ásia

Foi divulgado na última segunda-feira o calendário oficial da Copa do Mundo de piscina curta da Federação Internacional de Natação (Fina). O circuito começará no fim de agosto, após os principais eventos da temporada e terá duas novidades. A primeira é a substituição do patrocinador principal: sai a marca esportiva Arena e entra o banco russo MastBank. A segunda é a saída das duas melhores etapas da edição anterior, as europeias Eindhoven e Berlim. Com isso, a Copa do Mundo terá sete pernas e apenas uma fora da Ásia, em Moscou.

Doha, Dubai, Hong Kong, Pequim, Tóquio e Cingapura serão as outras etapas do circuito. Todas as cidades estão localizadas no continente asiático e com exceção de Hong Kong já estavam no calendário de 2013. Não é exagero nenhum dizer que esta será a "Copa do Mundo da Ásia", pois ela poderia até ser 100% asiática caso a sede russa não fosse Moscou, que fica do lado europeu da Rússia.

Um dos fatores que faz com que a Ásia seja protagonista na edição 2014 da Copa do Mundo é a questão econômica. O continente conta com países bem estruturados, modernos e com boas condições financeiras para receber e arcar com competições internacionais. Todas as cidades que irão sediar uma etapa têm excelentes complexos aquáticos. Porém, não atraem o interesse de grandes estrelas internacionais devido a baixa competitividade e aos conflitos de agenda.

Vista do moderno complexo aquático de Dubai – Foto: Divulgação

Porém, nem tudo são flores nessa Copa versão asiática. Em 2013 essas etapas não registraram a presença de grandes atletas internacionais, o que deixou o nível das disputas mais baixo. Nem mesmo a oferta da Fina em aumentar a premiação geral da Copa do Mundo, disponibilizando um total de 2 milhões de euros (cerca de R$ 6 milhões) em prêmios aos medalhistas, recordistas e campeões do circuito, animou os astros a disputarem a competição.

A Copa do Mundo de piscina curta que já chegou a ter etapas em todos os continentes em um mesmo ano esta totalmente descaracterizada, mas dificilmente vai ser extinta ainda mais agora quando um novo contrato de patrocínio foi firmado. Porém, ela corre o sério risco de se tornar irrelevante caso continue concentrada em um único continente e sem a presença da elite da natação internacional.

Por Guilherme Freitas