Entrevista com Davi Ferreira, técnico do Plymouth Leander
Ex-nadador e posteriormente técnico. Visando aprender e ter novos desafios ele resolveu ir para outro país que lhe oferecia mais estrutura e a oportunidade de crescer profissionalmente. Poderia ser uma trajetória seguida por um técnico brasileiro, mas não é. Estamos falando de Davi Ferreira, português radicado há seis anos na Inglaterra e que desde janeiro vem trabalhando no Plymouth Leander, um dos clubes de natação mais tradicionais do Reino Unido e que recentemente venceu a National Arena League, similar a um campeonato nacional.
Davi é o responsável pela base do clube, que mescla o sistema de educação e esporte. Atualmente treina nadadores de até 13 anos e os prepara para integrar a equipe adulta seguindo a filosofia do Plymouth. Essa foi a trajetória que a multicampeã Ruta Meilutyte seguiu, começando na base do clube até atingir grandes feitos. E é nas mãos de Davi que podem passar futuras Rutas. Em conversa com a SWIM CHANNEL, ele conta um pouco mais sobre sua carreira, o sistema do Plymouth Leander e também sobre o que conhece da natação brasileira. Confira.
SWIM CHANNEL: Você esta na Inglaterra há seis anos. Como foi sua trajetória até chegar ao Plymouth Leander?
Davi Ferreira: Fui nadador e posteriormente me tornei técnico. Comecei minha carreira em Portugal, mas procurando evoluir resolvi ir para outros centros com mais infraestrutura. É comum por aqui existir uma espécie de sessão de classificados em jornais e sites especializados que informam sobre vagas para técnicos em clubes o que facilita a procura de diversos profissionais. Dessa forma cheguei a Inglaterra para trabalhar no Rushmoor Royals Swimming Club, um clube de natação ao sul do país, como treinador assistente. Fiquei lá por três anos e depois tive outras experiências como diretor técnico de um clube, onde aprendi muito, porém, meu foco é trabalhar com natação competitiva. E após um tempo surgiu a chance de vir para o Plymouth Leander.
SC: Falando sobre o Plymouth Leander conte-nos mais sobre como é a estrutura oferecida pela instituição. Além de um clube ele é uma escola também certo?
DF: Sim, aqui temos um serviço que mescla educação com esporte. Trabalhamos com atletas de diferentes faixas etárias, desde os sete até a idade adulta. Aqui o que facilita muito as coisas é que a direção do clube oferece um sponsorship, uma espécie de bolsa de estudos para o Plymouth College (uma das escolas privadas mais tradicionais da Inglaterra) e também espaços para os estudantes/atletas morarem. Com isso eles estudam, treinam e tem acompanhamento integral. É uma rotina que ajuda e facilita o trabalho e a concentração deles para se dedicar aos estudos e aos treinos.
SC: Dentro do Plymouth Leander qual é a sua função?
DF: Com a equipe principal do clube atuo como assistente-técnico do John Rudd, nosso head coach. Porém, ao mesmo tempo sou diretor técnico da equipe de base do clube, que concentra atletas mais jovens e que estão em formação competitiva.
SC: E como é trabalhar com um técnico bastante conceituado como John Rudd?
DF: Não há pessoa melhor para aprender do que com ele. É um técnico muito competente e com grande conhecimento técnico. Tive a oportunidade de vir atuar com ele aqui e estou aproveitando bastante.
SC: Há contato dos atletas de sua equipe com os nadadores da equipe adulta, como Ruta Meilutyte e Ben Proud, por exemplo?
DF: Sim, alguns treinos são bastante integrados e com contato maior entre os nadadores. As vezes os treinos ocorrem lado a lado na mesma piscina, a minha equipe mais jovem com as do John Rudd. Uma parte da minha equipe também esta fazendo um período de transição, pois estão mais velhos e passarão a treinar com o time principal.
SC: Antes de ir a Inglaterra você pensou em algum momento trabalhar aqui no Brasil?
DF: Não porque não tinha muito conhecimento da estrutura da natação brasileira. Conheço apenas o Brasil a nível internacional e seus atletas de elite que disputam os principais campeonatos. Infelizmente não conheço muito sobre a natação do Brasil. Mas é uma área que gostaria de conhecer e aprender um pouco mais.
SC: Como curiosidade, algum nadador brasileiro ou português já te procurou para treinar na Inglaterra?
DF: Certa vez tive contato com pais de um nadador brasileiro que queriam mais detalhes sobre a estrutura do Plymouth. Como eu falava português fiz uma espécie de ponte de contato com John, que é quem trata de assuntos mais ligados a equipe de performance. Fora isso não tive mais contatos com nenhum atleta brasileiro ou português com interesse em vir para cá.
Por Guilherme Freitas
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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