Mundial Master, sucesso absoluto
A oportunidade tão sonhada de muitos atletas – que foram ou não profissionais – de se intitularem "campeões do mundo". Desde 1986 o Mundial Master de Esportes Aquáticos recebe grande quantidade de pessoas, de todos o tipos. Desde os ex-olímpicos, campeões e medalhistas mundiais, até o atleta amador que deseja aproveitar o ensejo de competir e conhecer lugares novos.
Em 2014, Montreal, no Canadá, foi palco de uma edição do Mundial que recebeu 9 mil atletas entre 25 e 97 anos, que forraram os pontos turísticos da cidade. Em 1976, o reduto francês do país recebeu os Jogos Olímpicos, e, desde então, a aura esportiva permanece no local. De população solícita, entre um "bonjour" e outro "hello", o Parc Jean Drapeau viu recordes mundiais caírem e alguns olímpicos participarem das atividades debaixo de um forte sol do agradável verão canadense.
Os sorrisos mal mostraram as rugas dos rostos cortados pela idade. "O mundo é meu limite", disse a doce neozelandesa Katherine Johnstone, a mais velha da competição. Com 97 anos, disputou solitária suas provas na categoria 95-99 anos, o que em nada as tornaram menos emocionantes. A superação pessoal de ser um atleta master é o que faz a competição valer a pena – e o um dos eventos mais lucrativos para os cofres da entidade mundial.
Foram poucos medalhistas olímpicos a presenciarem o torneio em Montreal, mas a histórica costarriquenha Claudia Poll bateu cartão. Detentora do até hoje único ouro do país nos Jogos, nos 200m livre de Atlanta em 1996, Poll foi prata nos 100m livre o Canadá, ainda conseguindo manter a prova na casa do 1min00s aos 41 anos de idade.
Os brasileiros, como sempre, disputaram em peso, cada um representando seu clube, cidade, estado ou região. Foram mais de setenta medalhas para os atletas do país, com os destaques de sempre: Marcus Mattioli levou cinco medalhas, três de ouro e duas de prata, e mais um recorde mundial para o currículo (o 53º de suas contas); outro recorde mundial com o forte revezamento 4×50 livre 120+, e um pódio totalmente brasileiro no 100m livre 25+ masculino. Uma chuva de recordes sul-americanos, especialmente nos revezamentos.
Mas poucas coisas representaram mais o espírito da natação master do que as sete medalhas de ouro de Nora Rónai. Aos 90 anos, dona Nora se tornou a primeira nadadora da categoria a completar a difícil prova dos 200m borboleta, em 8min22s22. O sorriso da simpática ítalo-brasileira resume o sentimento de quem participa de uma disputa como essa: o sonho é possível.
A próxima oportunidade está logo ali. Para que possa se unificar com o Mundial Absoluto a partir das edições seguintes, o Mundial Master acontecerá novamente em Kazan, na Rússia, já no próximo ano. Quem ficou na dúvida se seria interessante participar, confira cada medalha em peitos estufados de orgulho de cada bonito registro da edição de Montreal, para ter certeza de que, sim, vale a pena. Até a Rússia!
Por Mayra Siqueira
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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