Alberto Klar: de olho na base da natação
Toda uma geração da natação se lembra dele. Apesar do ar sério e sisudo, Alberto Klar, mais conhecido por Albertão, sempre foi coração aberto com seus atletas. A experiência na borda da piscina é bastante vasta, com uma soma de 46 anos de trabalho na natação. Técnico da seleção brasileira olímpica em três gerações, Albertão deixou o alto rendimento em 2004. Desde então direciona seu tempo ministrando aulas na faculdade e a trabalhos nas categorias de base. A Swim Channel conversou com o ex-head coach da seleção brasileira para saber mais sobre seu trabalho atual:
"Tenho 61 anos, e desde os 15 eu dou aula. Sei que tenho com o que contribuir em conhecimento. Me sinto capaz em todas as áreas da natação", disse o treinador, que hoje se dedica a uma série de projetos focados na área da pedagogia no esporte. Uma nova área, na qual contribui com sua experiência.
O mais recente projeto – e menina dos olhos de Alberto Klar – é com a natação de base. Ele assumiu em outubro do ano passado a diretoria técnica de natação da FEEDESP (Federação de Esportes Escolares do Estado de São Paulo).
"Sentia falta de ser mais produtivo ajudando treinadores, e não só como treinador. Sinto que posso colaborar bastante para a melhoria do corpo técnico do país", diz. E tem duas propostas básicas que planeja inserir aos poucos na natação: "Para mim, temos que mudar o modelo. Quem fomenta e motiva as crianças ao esporte é o profissional. Por isso precisa ser melhorada a sua capacitação. Num geral a categoria se sente quase desamparada, e podemos e devemos melhorar seu preparo e conhecimento. Se for bom e capaz, vai ser também capaz de motivar".
Para Albertão, este é o primeiro ponto básico. O segundo é mudar também a estrutura competitiva da natação nas primeiras idades. "Existe um modelo, que já é antigo, que se chama age group. Consiste em dividir crianças da mesma idade em categorias conforme os seus tempos em uma determinada prova. Para tornar mais motivante e justo. Hoje as crianças saem do modelo de festival, em que se premiam a todos, para o modelo olímpico, em que se premiam apenas os três primeiros. A ideia é separar, por exemplo, todas as nadadoras de determinada idade no 50m livre por tempo: quem faz 42 segundos nada com garotas que tenham entre 40s e 45s de tempo, para equilibrar melhor as competições. Queremos começar em São Paulo e, depois, espalhar pelo país. É um embrião sendo lançado".
Há bastante tempo, Albertão leciona e dá treinos na FMU, além de coordenar ao lado de seu parceiro William Urizzi de Lima o curso de pós graduação em atividades aquáticas também na Universidade Estácio de Sá. Foco na natação, mas também em outro esportes: ele comanda e planeja o treinamento da triatleta Carla Moreno. A parceria da dupla com William, inclusive, já gerou vários frutos. Eles lançaram uma coletânea em quatro volumes sobre pedagogia das atividades aquáticas, e têm uma empresa que faz gestão em atividade física em diversos lugares, como o Anhembi Tênis Clube.
Por Mayra Siqueira
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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