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A melhor seleção brasileira da história em piscina curta?

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07/09/2014 16h50

O Troféu José Finkel chegou ao fim ontem em Guaratinguetá com 28 nomes confirmados na seleção brasileira que disputará o Campeonato Mundial de Piscina Curta, em Doha, no Catar. Alguns devem abrir mão de suas vagas, mas ainda assim a seleção permanecerá muito forte.

Competições nacionais em piscinas de 25 metros são disputadas em frequência baixa (a última foi o Open de 2012). O quanto os 11 recordes sul-americanos e 10 brasileiros foram significantes? Representam realmente um salto de qualidade ou é uma evolução esperada simplesmente pelo tempo que se passou sem grandes competições em piscina curta?

Etiene Medeiros, responsável por quatro recordes sul-americanos no Troféu José FInkel (foto: Satiro Sodré)

Etiene Medeiros, responsável por quatro recordes sul-americanos no Troféu José FInkel (foto: Satiro Sodré)

Ao analisarmos os tempos em termos internacionais, é possível afirmar: esta provavelmente é a melhor seleção brasileira em piscina curta da história. A delegação é a maior de todos os tempos do país, e isso não é pouco, já que os índices estabelecidos para a CBDA foram fortes: correspondiam ao oitavo tempo para classificação para a final de cada prova no Mundial de Curta anterior, em 2012.

Com os tempos do Finkel, quem seriam os atletas que subiriam ao pódio na edição de dois anos atrás, em Istambul? 2012 foi ano olímpico e em quase todas as provas em piscina longa os líderes do ranking mundial daquele ano foram mais rápidos do que os líderes de 2014. Mas, também por ser ano olímpico, vários nadadores de alto nível se concentraram em piscina de 50 metros e abriram mão da disputa do Mundial de Curta. Por esses dois fatores, pode-se esperar um nível semelhante em Doha ao que foi apresentado em Istambul.

E vejamos os brasileiros que subiriam ao pódio com os tempos dessa última semana:

Feminino:
50m costas – Etiene Medeiros seria a única medalhista no feminino. Com 26.41, seria bronze (a prata ficou com 26.13).

Masculino:
50m livre – Cesar Cielo ficaria com a prata (20.68), atrás de Vladmir Morozov (20.55).
100m livre – outra prata para Cielo (46.08), novamente atrás de Morozov (45.65).
200m livre – na ocasião o bronze foi para Conor Dwyer (1:43.78), e João de Lucca (1:43.19) e Nicolas Oliveira (1:43.74) fizeram tempos melhores no Finkel.
50m borboleta – Nicholas Santos, que foi o campeão na ocasião, terminaria na segunda posição agora (22.43), atrás de Chad le Clos (22.26). Cesar Cielo (22.46) ficaria atrás dos dois com o bronze.
100m costas – Guilherme Guido ficou em 3º há dois anos com 50.50, e com o tempo de abertura de revezamento no Finkel (50.28) repetiria o bronze.
50m peito – Felipe França, com 25.71, teria vencido em 2012 com muita facilidade (a prata ficou com 26.30) e ainda superaria seu recorde de campeonato de 2010, que é de 25.95.
100m peito – França novamente venceria disparado com seu 56.25 (a prata ficou com 57.10), novamente com recorde de campeonato (é de Cameron van der Burgh com 56.80).

João Gomes Junior, Felipe França e Felipe Lima: todos com boas chances de medalhas nas provas de peito (foto: Satiro Sodré)

João Gomes Junior, Felipe França e Felipe Lima: todos com boas chances de medalhas nas provas de peito (foto: Satiro Sodré)

Outros tempos ficariam bem próximos dos pódios de 2012. Nos 100m livre feminino, Larissa Oliveira, com seu excepcional 52.88, ficaria na quarta posição, bem próxima do bronze (52.73). Marcos Macedo também terminaria em quarto nos 100m borboleta com 50.06. Com 26.54, João Gomes Junior também ficaria na quarta posição nos 50m peito, a 21 centésimos do pódio. Os 57.99 de Felipe Lima nos 100m peito o deixariam a somente 16 centésimos da medalha.

Por essa projeção, seriam nove medalhas, mais algumas amplas possibilidades. E isso sem contar os revezamentos, principalmente o 4x100m livre e medley masculinos, bronze há quatro anos. Este último, inclusive, está com Guido meio segundo mais rápido, França um segundo melhor e Macedo com melhor tempo que tinha Kaio Márcio na ocasião. No livre, Cielo não precisa de introdução. A chance existe até de medalha de ouro.

Cielo já anunciou intenção de não nadar os 50m borboleta. Mesmo assim, há boas chances do Brasil superar sua melhor participação em mundiais de curta. Foi justamente em 2010, com oito pódios. Agora, em provas e estilos mais variados e com chances inclusive no feminino, que ainda não possui medalhas em mundiais.

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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