Do céu ao inferno: a história de Daniel Smith
"Todos merecem uma segunda chance". Sem dúvida, você já deve ter escutado essa popular expressão. O mundo do esporte é talvez um dos que mais vezes oferecem esta segunda chance. Seja quando um atleta sofre uma grave lesão e volta para se consagrar, como aconteceu como o ex-jogador Ronaldo ou quando um atleta se aposenta e retorna para triunfar novamente, como Michael Jordan. A natação também tem seus casos de segunda chance e esta semana deu a oportunidade para o australiano Daniel Smith.
Smith começou a nadar cedo e aos 15 anos já estava entre os melhores atletas da Austrália em sua faixa etária quando conseguiu um grande feito: ganhou oito medalhas e bateu o recorde de pódios em um mesmo campeonato nacional júnior, superando a marca do grande ídolo nacional Ian Thorpe. A partir daí o nadador, treinado pelo conceituado Dennis Cotterell passou a acumular mais e mais conquistas. Seu destino estava reservado a acumular medalhas e recordes em Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais, mas no meio do caminho ele se perdeu.
Festas, baladas, más companhias e o uso constante de drogas o fizeram perder o foco nas piscinas. Passou a treinar cada vez menos e quando se deu conta já estava no limbo. Viciado em drogas, abandonou sua casa e família para viver nas ruas. Esteve em reformatórios e foi detido pela polícia várias vezes, chegando a viver como mendigo. Parecia que o jovem promissor teria um trágico fim. Parecia.
Após pensar muito, ele decidiu se tratar. Ficou quase um ano internado para curar a dependência das drogas e resolveu voltar a dar suas braçadas na piscina. Passou a se dedicar mais e mais nos treinamentos e voltou a trabalhar com Cotterell. A recompensa veio este ano. Primeiro em março, quando foi finalista nos 200m livre na seletiva australiana para o Campeonato Pan Pacífico e para o Commonwealth Games. E agora com a convocação oficial para defender a Austrália no Campeonato Mundial de piscina curta de Doha, sua primeira seleção absoluta.
De grande promessa, passando pelo inferno das drogas ao recomeço. Aos 23 anos, Daniel Smith é uma mostra de que o esporte pode ser uma ótima porta para encontrar o caminho certo da vida. Ele deixou seus fantasmas para trás e agora quer tentar uma vaga na equipe olímpica. Como disse na primeira linha desse texto, todos merecem uma segunda chance.
Por Guilherme Freitas
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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