Hosszu x Belmonte: cinco tira-teimas em Doha

22 x 12 é o placar.

Se existe uma nadadora no Mundial de Curta que pode parar a máquina Katinka Hosszu, é Mireia Belmonte. A espanhola não conseguiu superar a rival húngara tantas vezes, é verdade, mas seu ótimo desempenho na última etapa da Copa do Mundo de natação, com quatro medalhas de ouro em cinco duelos com a Dama de Ferro, dá esperanças à jovem de 24 anos.

Katinka leva vantagem nos duelos contra Mireia Belmonte – Foto: Scala/Deepbluemedia

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O placar indicado acima é o número de provas em que as duas se "enfrentaram" durante as sete etapas do circuito, com alguns números que escancaram as forças de cada uma e as provas de grande equilíbrio. Em Doha serão cinco encontros: 400m e 800m livre, 200m e 400m medley e 200, borboleta.

Hosszu venceu todas as provas de medley, com exceção de uma: o incrível fim dos 400m medley de Belmonte em Cingapura acabaram assegurando apenas uma vitória da espanhola. São seis vitórias em seis confrontos nos 200m medley para a húngara, cinco em seis nos 400m, e uma vitória na única vez em que Mireia encarou também os 100m medley, na etapa de Pequim. No Campeonato Europeu de Berlim, mais duas vitórias para a Dama de Ferro. Não à toa Katinka lidera o ranking para as duas provas, com 2min02s13 dos 200m contra 2m06s87 da rival, e 4m20s83 contra 4m21s23.

A bela espanhola Mireia Belmonte – Crédito: Patrick Baz/AFP

Por outro lado, a espanhola é quem manda nas provas longas em piscina curta. Venceu a húngara três vezes em cinco os 800m livre, e só perdeu os 400m livre uma vez em seis duelos. No start list em Doha, lidera as provas com quatro segundos de distância na maior metragem (8m04s88 contra 8m08s41 de Hosszu) e também nos 400m (3min56s14 de Mireia a asseguram na ponta, contra a quarta colocação de saída para Katinka, com 4m00s33).

Para fechar, o 200m borboleta está bastante equilibrado: na Copa do Mundo, Katinka venceu quatro vezes, Mireia, três, mas igualou o placar no Europeu. No balizamento a espanhola está com a melhor marca (2m01s52 contra 2m02s21).

Sem dúvidas a temporada da húngara foi (mais uma vez) surpreendente. Ganhou com folgas o título de rainha da Copa do Mundo com 69 medalhas, alcançou o valor incrível de US$ 1 milhão em premiações do torneio, completou 17 provas individuais e um revezamento em três dias durante o campeonato de seu país, mantendo 15 marcas entre as 20 melhores do mundo na temporada. Conquistou mais medalhas do que talvez pudesse carregar em sua bagagem sem pagar peso extra nas viagens de volta. Em Doha nadará 10 provas. Além das cinco citadas, também disputa os 200m livre, 50, 100 e 200 costas e o 100 medley.

Katinka com um dos cheques que ganhou por bater recordes mundiais -Foto: Qatar Swimming

Mas Mireia é a jovem promessa espanhola de alavancar a natação feminina de seu país. Treinada pelo francês Fred Vergnoux, Belmonte se tornou recentemente a primeira mulher a nadar abaixo dos 8 minutos nos 800m livre (7m59s34 na ocasião), conquistando o reconhecimento como primeira espanhola recordista mundial da história (há toda uma controvérsia envolvendo a russa naturalizada espanhola Nina Zhivanevskaya, recordista da prova não-olímpica dos 50m costas em 2001).

Mireia ainda possui em casa algo que Katinka almeja mais do que tudo: a medalha olímpica. Belmonte tem no currículo duas medalhas de prata dos Jogos de 2012, além de três medalhas do Mundial de Barcelona (2013) e três de Mundial de Curta (2010).

No Mundial de Doha, é bom ficar de olho no calendário: as duas se encontram logo na primeira etapa (quarta-feira, dia 3) nos 200m borboleta e 400m medley. Na quinta-feira é a vez dos 800m livre, com  400m livre na sexta e 200m medley no sábado.

E qual será o placar final de Doha? Quais suas apostas?

Por Mayra Siqueira