Topo

Histórico

Categorias

Swim Channel

Felipe França, três vezes! Brasil, Brasil, Brasil no pódio

swimchannel

04/12/2014 16h36

Uma noite inspirada em Doha para os atletas brasileiros, e três medalhas de ouro colocaram o país na ponta do quadro de medalhas, empatado com a Espanha (ou Mireia Belmonte, que conquistou sozinha as três). Mas os olhos se viraram para o destaque da noite, um atleta em específico.

Felipe França: noite de herói - Foto: Satiro Sodré/SSPRESS

Felipe França: noite de herói – Foto: Satiro Sodré/SSPRESS

Felipe França teve altos. E baixos. Um leve alto outra vez, antes de quase desaparecer do cenário da natação… e voltar novamente, contratado pelo Corinthians recentemente, ele visivelmente perdeu peso, manteve sua técnica impecável do estilo de peito, e ainda a melhorou. Os resultados começaram a aparecer.

França conquistou a primeira medalha de ouro individual do Brasil no Mundial de Doha, batendo o recorde do campeonato dos 100m peito: 56s29. E ainda mais importante: em uma prova olímpica. O britânico Adam Peaty teve que se contentar com a prata, com 56s35, e Giacomo Dortona com o bronze (56s78).

A filipina de França é arrasadora, e sem dúvida sua maior arma para a vitória. No entanto, é o que seria sua desvantagem na piscina longa. O foco para 2016 não pode ser perdido pelo brasileiro.

"Dream Team"

A primeira medalha do dia, na verdade, veio com grande estilo e pulverizando recorde mundial: o quarteto fantástico dos quatro estilos brasileiro fez bonito. Guilherme Guido de costas (23s42), Felipe França no peito (25s33), Nicholas Santos no borboleta (21s68) e Cesar Cielo para fechar com 20s08 no livre. Tempo final de 1min30s51, novo recorde mundial, desbancando França e Estados Unidos, que completaram o pódio.

No duelo Cielo x Manaudou, no entanto, mísera vantagem para o francês: sua parcial foi de 20s04, quatro centésimos abaixo de Cesão.

Mulheres inéditas

O terceiro ouro do dia veio em outro revezamento, com uma marca importante para a natação feminina brasileira. Apesar do pouco prestígio, o revezamento misto cada vez se populariza mais entre as competições, e foi a vez do Brasil usar uma boa estratégia e, nas costas de Larissa Oliveira, de apenas 21 anos.

Etiene Medeiros, França, Nicholas Santos e Larissa Oliveira: inédito - Foto: Satiro Sodré/SSPRESS

Etiene Medeiros, França, Nicholas Santos e Larissa Oliveira: inédito – Foto: Satiro Sodré/SSPRESS

Etiene Medeiros abriu com um tempo espetacular: 25s83 fortíssimos nos 50m costas. Apenas 13 centésimos acima do recorde mundial. Primeira vez que ela rompeu a barreira dos 26s, e o que a credencia com força para sua prova individual. Infelizmente o tempo não pode ser homologado como recorde sul-americano, por se tratar de abertura de revezamento misto. Felipe França foi sensacional outra vez e, com 25s45, alcançou os rivais que tiveram seus revezamentos iniciados por homens. Nicholas Santos foi buscar os adversários que faltavam e, com a parcial de 21s81, entregou na frente para Larissa Oliveira fechar. A paulista cravou 24s17 fortíssimos e assegurou o terceiro ouro da seleção com 1m37s26, a apenas nove centésimos do recorde mundial.

Técnicos pulando, cronômetros quase sendo atirados ao chão, e muitos sorrisos nos rostos principalmente das duas garotas: tornaram-se as primeiras brasileiras a conquistarem uma medalha em um mundial. Daiane Becker, que nadou as eliminatórias do 4×50 medley misto, também recebeu a medalha.

Outras medalhas, medalhas, medalhas!

Nada de Kosuke Hagino. O atual campeão mundial de piscina longa da prova unificou seus títulos, e Daiya Seto venceu os 400m medley com folgas, com o tempo de 3m36s33, o primeiro ouro do Japão no Mundial. Hagino ficou com a prata, com 4m01s17.

A lituana Ruta Meilutyte fez um ótimo duelo com Alia Atkinson nos 50m peito e acabou vencendo com 28s84 contra 28s91 da jamaicana. Ficou um gosto de quero mais, pois apenas quatro centésimos a separaram do recorde mundial. Que pode ver nos 100m peito.

Katinka Hosszu levou sua primeira medalha de ouro, e bateu o recorde mundial nos 100m costas: 55s03. Uma marca praticamente inacreditável para uma nadadora especialista em provas longas como 400m medley e 800m livre. Prata para a australiana Emily Seebohm (55s31), enquanto Etiene encerra em sétimo lugar, com 57s72. No masculino, Guilherme Guido acabou piorando sua marca da semifinal e acabou em quinto, com 50s21. Caso repetisse seu 50s12, teria ficado na terceira posição, mas assim é a natação: centésimos por vezes são crueis. O australiano Mitchell Larkin venceu com 49s57, atacando o final de prova.

Chad Le Clos garantiu seu segundo ouro – com recorde mundial! – nos 100m borboleta: 48s44. Liderou toda a prova e não deu oportunidades para seus adversários. Tom Shields levou a prata com 48s99, e bronze para Tommaso D'Orsogna, 49s60. Marcos Macedo reconheceu que errou uma das viradas, e acabou em 8º lugar com 50s47. Ryan Lochte nadou a prova, embora poucos tenham percebido. Apagado, ficou à frente apenas do brasileiro, em 7º lugar.

Para fechar com chave de ouro, o terceiro ouro da atleta da competição até aqui: Mireia Belmonte derrotou sua rival húngara mais uma vez. E nesta, com mais propriedade do que nunca. Nos 800m livre, ficou longe do seu próprio recorde abaixo dos 8 minutos, mas com com 8min03s41, bateu recorde de campeonato. A prata teve uma briga de centésimos, vencida por Carlin com 8m08s16 contra van Rouwendaal, um centésimo acima. Katinka Hosszu cansou e praticamente desistiu da prova, fechando na nona colocação geral com 8m20s71.

No revezamento 4x200m livre masculino, a jovem geração brasileira temrinou em sexto lugar, com recorde sul-americano para João de Lucca, que abriu para um espetacular 1min41s85. Gustavo Godoy, Fernando Ernesto e Gabriel Ogawa completaram o time. Os Estados Unidos venceram a prova de forma emocionante e levaram o primeiro ouro do país na competição.

Semifinais

São dois brasileiros classificados para as finais da terceira etapa. Daynara de Paula estabeleceu novo recorde sul-americano nos 50m borboleta, com25s54, rompendo a barreira dos 26s; e Cesar Cielo, com um bem administrado 20s80, está na decisão dos 50m livre com a melhor marca, contra 20s88 de Vladmir Morozov e 20s93 de Florent Manaudou.

Larissa Oliveira bateu o recorde sul-americano nos 100m livre com 52s75, mas terminou na 10ª colocação na semifinal e não se classificou.

Por Mayra Siqueira

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

Blog Swim Channel