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Kaio Márcio: ‘2016 penso em disputar medalha’

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05/02/2015 15h24

Ele ficou um tempo sumido do mapa. Alguns até podem ter imaginado que ele se aposentou, apesar de ter mantido silêncio sobre o assunto. Mas, como muitos atletas profissionais fazem, ele apenas tirou um período de "férias" prolongadas das piscinas. Depois de Londres-2012, Kaio Márcio buscou um tempo para si próprio, resolveu questões pessoais, tirou a rotina puxada de treinos da sua realidade, e aproveitou para ter uma vida "normal". Mas o objetivo estava sempre ali: de uma Olimpíada à outra. Ele parou sabendo que ia voltar para disputar mais uma vez o principal torneio poliesportivo do mundo em sua própria casa.

Kaio Márcio largou a água, mas voltou: 2016 é para pódio – Foto: Satiro Sodré/SS Press

"Dei um tempo para realmente seguir o que estava no meu coração. E era nadar as Olimpíadas de 2016 aqui, no Brasil. Eu já tive experiência de nadar em casa (Pan-Americano de 2007), e foi algo único. Então sei que Rio-2016 vai ser algo único também. Por toda a minha vida fui nadador e atleta, seria um presente nadar e estar aqui, e por isso eu decidi voltar", afirmou o atleta à Swim Channel.

Pra isso, mudança de ares e de rotina. Kaio acertou com o Minas tênis Clube no fim de janeiro, já está morando em Belo Horizonte, e se aliando a um grande nome profissional: treina com Scott Volkers, técnico australiano que estava comandando Cesar Cielo no ano passado e que tem vasta experiência em atletas do estilo do paraibano.

"Eu já tinha na minha mente que nos próximos dois anos eu ia me dedicar à natação. Eu sabia que o Scott estava no Minas, e acho ele fora de série comparado com o que temos no Brasil. Ele treinou a Susan O'Neill, recordista mundial e campeã olímpica nos 200m borboleta. Uma referência muito boa pra mim no meu estilo e nas minhas provas", disse Kaio, que elogiou a estrutura do clube e as facilidades de morar perto do local e conseguir resolver tudo o que envolve sua preparação de forma simples e rápida.

A pedra no sapato do nadador não esmoreceu suas ambições. No segundo semestre do ano passado, ele descobriu uma lesão no ombro: tinha apenas 10% do tendão. Precisaria operar, se tivesse pretensões olímpicas. E a descoberta foi por acaso, ao realizar um exame, já que não sentia dores no local. Optou por tirar o problema da frente e operar rapidamente, para ter tempo de disputar o Mundial de Kazan e seguir seu ritmo para 2016.

Agora, segue uma preparação intensa para recuperar a massa magra que perdeu nos dois meses pós-cirúrgicos, com musculação e fisioterapia diariamente. Na piscina, já está treinando de forma praticamente normal, com apenas uma dobra semanal, que quer ampliar para quatro até o final de fevereiro. Borboleta, por enquanto, nem pensar. A parte aeróbica está bem trabalhada apenas no crawl e nos outros estilos. Sua especialidade só voltará à rotina de treinos no final de fevereiro, segundo seu planejamento, para que possa, em abril, disputar o Maria Lenk e conseguir a vaga para a Rússia.

"Quero Kazan. O índice de 1m56s9 não é muito difícil, mas, para mim, hoje, é difícil, já que não estou nadando borboleta. Depende na verdade da minha recuperação", ponderou, antes de acrescentar sua motivação maior: "Em 2016 eu não penso em participar, penso em disputar medalha. Estou treinando pra isso. Vim pra cá e estou focado pra isso".

O foco será os 200m borboleta, sua especialidade, mas ele não descarta os 100m e 50m do estilo - Foto: Satiro Sodré/SS Press

O foco será os 200m borboleta, sua especialidade, mas ele não descarta os 100m e 50m do estilo – Foto: Satiro Sodré/SS Press

E apesar da boa concorrência nacional, com nomes como Leo de Deus e Luiz Altamir em disputa, Kaio Márcio garante: tem muito o que focar ainda em mesmo antes de pensar nos rivais. O percurso é trabalhoso, mas não muito longo. O primeiro passo para tudo isso, o Maria Lenk, está logo ali. Em breve suas asas de borboleta vão voltar a bater e levantar voo.

Por Mayra Siqueira

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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