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100m livre masculino: o retorno da prova nobre?

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10/04/2015 18h57

23 de agosto de 2014. Durante a disputa do Pan-Pacífico, em Brisbane, na Austrália, a equipe masculina do revezamento 4x100m livre do Brasil obtém um resultado que fez mudar os olhos e expectativas olímpicas.

Não é novidade que é o revezamento mais tradicional do Brasil, com medalha olímpica (2000), mundial de longa (1994), campeão mundial de curta (1993 e 1995) e recordista mundial da prova na curta por sete anos.

Mas a última final olímpica foi justamente aquela de 2000. Em mundiais de longa, a equipe voltou à final em 2013. Mesmo com a ausência de Cesar Cielo na ocasião, no entanto, não foi um resultado promissor em termos de ambição para uma medalha olímpica.

Esse resultado aconteceu naquela noite (manhã no Brasil) de agosto de 2014. O Brasil foi bronze, mas brigou de igual para igual com as potências Austrália e Estados Unidos, que contavam com seus principais nadadores.

O resultado foi conseguido mesmo com a ausência dos mais rápidos nadadores de 100m livre do Brasil de 2014, Cesar Cielo e Matheus Santana. Justamente essa possibilidade de melhora foi o que empolgou os brasileiros.

Cesar Cielo (foto: Satiro Sodré)

Cesar Cielo (foto: Satiro Sodré)

A expectativa é tanta que o Comitê Olímpico Brasileiro já autorizou o treinamento da equipe brasileira do 4x100m livre por um período no exterior e participação em competição internacional.

Ha gente até cogitando a medalha de ouro na Olimpíada de 2016. A verdade é que uma medalha, de qualquer cor, diante da torcida brasileira seria um feito extraordinário.

Por isso, a partir de agora, cada vez que os nadadores brasileiros caírem para nadar os 100m livre em uma grande competição estarão cercados de expectativas – tanto para a prova individual quanto para o revezamento.

A final dos 100m livre do Troféu Maria Lenk, que acontecerá amanhã na piscina do Fluminense, é a primeira dessas provas. Por ser a seletiva final para o Campeonato Mundial e os Jogos Pan-Americanos, decidirá quem serão os nadadores que representarão o país na prova e no revezamento nas duas principais competições do ano. Cujos resultados darão uma noção do que poderá acontecer no Centro Aquático Olímpico, em agosto de 2016.

A julgar pelos resultados da disputa por equipes do revezamento 4x100m livre que ocorreu ontem, os resultados são promissores. Matheus Santana abriu para a Unisanta para 48s99. Boas parciais para Cesar Cielo (47s90), Marcelo Chierighini (48s20) e Vinicius Waked (48s36).

A soma dos tempos em uma hipotética formação da seleção seria 3min13s45, nove centésimos melhor do que o tempo obtido no Pan-Pacífico do ano passado. Mesmo com Cielo e Bruno Fratus tendo declarado que não estão 100% nessa competição.

Matheus Santana (foto: Satiro Sodré)

Matheus Santana (foto: Satiro Sodré)

Se repetirem seus tempos do ano passado (48s13 e 48s25), Cielo e Santana são os favoritos amanhã. Mas Chierighini é finalista mundial e Bruno Fratus, sempre no topo do ranking mundial dos 50m, fez o melhor tempo de sua vida no final do ano passado.

Na briga pelo ouro amanhã também estarão Nicholas Oliveira e João de Lucca, que vêm obtendo excelentes resultados nos 200m livre. Felipe Ribeiro, jovem de 17 anos, vem evoluindo e pode ser uma surpresa. Vinicius Waked, pelo que nadou no revezamento ontem, também pode brigar. Fernando Ernesto dos Santos, representante do Brasil nos 100m livre no Mundial de 2013, e Leonardo Alcover adorariam surpreender. É muita gente na briga.

No Brasil, pelos resultados dos últimos anos, o 50m superou o 100m livre como prova mais esperada. Mas, pela expectativa gerada em termos de chances individuais e revezamento para a Olimpíada de 2016, o 100m livre tem tudo para recuperar seu status de prova nobre.

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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