Justiça é feita em Kazan
Se alguém não merecia ficar de fora da Olimpíada do Rio de Janeiro, eram Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto.
Hoje, a justiça foi feita para as melhores nadadoras do mundo em águas abertas dos últimos dois anos.
Ao terminarem entre as dez primeiras colocadas a prova de 10 km no Mundial de Kazan, garantiram seus lugares na prova a ser disputada na praia de Copacabana, daqui um ano.
O Brasil é o único país que terá duas representantes na prova feminina. E as duas com chances reais de medalhas.
Como bônus, Ana Marcela ainda conquistou o bronze. a medalha primeira do país em Kazan, em uma recuperação memorável na última das quatro voltas do percurso, atrás da francesa Aurelie Muller e da holandesa Sharon Van Rouwendaal. É o terceiro mundial seguido que ela sobe ao pódio (foi ouro nos 25 km em 2011 e prata e bronze nos 10 km e 5 km em 2013).
Mas, em uma prova cheia de tensão – talvez a mais tensa de todo o ciclo olímpico, mais até do que a própria prova olímpica – o que importou mesmo para as duas foi chegar entre as dez primeiras.
Para Ana, a volta por cima: há quatro anos, na mesma prova de 10 km no Mundial de Xangai, no mesmo sistema de classificação para a Olimpíada, ela terminou na 11ª posição e viu a vaga olímpica escapar por entre os dedos, por somente uma posição.
Para Poliana, um feito inédito: se no masculino o grego Spyridon Gianniotis está garantido como o único a disputar a prova de águas abertas desde sua estreia, em Pequim-2008, a brasileira também se torna, no feminino, a primeira a garantir o feito (lembrando que mais nadadores podem se juntar a eles na próxima seletiva, no ano que vem).
Assim, o Brasil repete exatamente a mesma equipe que foi a Pequim-2008 na estreia das águas abertas em Olimpíadas: Ana Marcela e Poliana no feminino e Allan do Carmo no masculino.
No caso deles, esses oito anos de diferença não pesam fisicamente. Pelo contrário. Terão mais chances do que nunca.
Por Daniel Takata
A equipe Swim Channel no Mundial de Kazan é patrocinada pela Finis, a melhor tecnologia para natação.
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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