Quando a Olimpíada teve dois campeões
A natação é um dos esportes mais competitivos do mundo e onde um resultado pode ser decidido em centésimos de segundos. Mesmo assim, empates podem acontecer nesta modalidade caso dois nadadores tenham tempos iguais ao fim de uma prova. São mais comuns na história empates na segunda ou terceira colocação. Quem não se lembra do bronze de Cesar Cielo nos 100m livre em Pequim-2008, quando o velocista subiu pela primeira vez ao pódio olímpico?
Acontecer um empate no lugar mais alto do pódio é algo raríssimo. Em 12 edições de Campeonatos Mundiais de piscina curta e nos cinco Mundiais Júnior jamais houve igualdade no lugar mais alto do pódio. Em Mundiais de piscina longa e Jogos Olímpicos isso aconteceu apenas três vezes em ambos os eventos.
O primeiro caso olímpico foi na final dos 400m medley em Munique-1972 quando o sueco Gunnar Larsson e o americano Tim McKee cravaram o mesmo tempo: 4min31s98. Na ocasião a organização resolveu consultar a próxima casa decimal da cronometragem que acabou favorecendo Larsson, declarado vencedor por míseros 0s002 de diferença. Após essa igualdade foi oficializado que em casos de empate seria mantido o resultado e que dois atletas poderiam ser aclamados campeões.
A segunda igualdade no topo do pódio aconteceu nos Jogos de Los Angeles em 1984. As americanas Nancy Hogshead e Carrie Steinseifer terminaram os 100m livre com 55s92 e levaram a medalha de ouro. O terceiro empate olímpico foi mais recente e novamente protagonizado por nadadores dos Estados Unidos. Aconteceu na final dos 50m livre em Sydney-2000, quando Gary Hall Jr e Anthony Ervin bateram na placa de cronometragem em exatos 21s98. A curiosidade é que na época ambos treinavam juntos no Phoenix Swim Club.
Dividir uma medalha de ouro parece ser algo muito estranho mesmo, afinal estamos acostumados a ter sempre um campeão e um vice. E esse fenômeno também é bastante incomum em outras modalidades que aceitam o empate como resultado. Por exemplo, no atletismo aconteceu apenas um empate na primeira posição ao longo de toda a história.
Desde o Mundial de Xangai-2011, quando os franceses Jérémy Stravius e Camille Lacourt nos 100m costas e a dinamarquesa Jeanette Ottesen e a bielorrussa Aleksandra Gerasimenya empataram nos 100m livre, não vemos igualdades no topo do pódio na natação internacional. Será que esse fenômeno dará as caras no Rio de Janeiro?
Obs: Para assistir aos vídeos destes empates, clique nos links que estão nos trechos em negrito.
Por Guilherme Freitas
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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