Recorde nas eliminatórias: qual a real necessidade?
Mas e quanto a um recorde mundial em uma eliminatória olímpica?
Foi o que ela tentou nesta tarde, na primeira sessão da natação na Olimpíada do Rio de Janeiro. Foi atrás do recorde da chinesa Shiwen Ye, de Londres-2012, e terminou a 15 centésimos com 4min28s58. E não deixou dúvida: deu seu 100% para tentar a marca que já havia chegado perto no Europeu desse ano.
A pergunta é: vale a pena?
Em 2012, a australiana Emily Seebohm bateu o recorde olímpico dos 100m costas na eliminatória. A marca ainda continua sendo dela, mas na final da prova perdeu o ouro para a americana Missy Franklin. Seebohm não pensa duas vezes em responder que trocaria seu recorde pelo ouro.
Katinka nadará mais quatro provas individuais e um revezamento. Pode até ser que consiga o recorde na noite de hoje. Mas a qual preço? O esforço na eliminatória pode representar um cansaço a mais nos cinco metros finais dos 200m costas, no penúltimo dia de competições.
Peaty parece imbatível, mas se for atrás do recorde novamente na semifinal, poderá chegar à final tendo enfrentado um desgaste desnecessário de ir atrás de recorde atrás de recorde.
Um desgaste que Felipe França parece não enfrentar. Ele foi outro a superar um recorde na eliminatória – o sul-americano dos 100m peito, com 59s01.
Mas, com uma ida um pouco mais lenta do que de costume e uma volta excelente, foi notável a diminuída de ritmo nos últimos 10 metros para se poupar.
Uma coisa é ir atrás de um recorde quando não é necessário. A outra é superar uma marca por nadar fácil e estar na melhor forma de sua vida.
Não que Hosszu e Peaty não estejam. Mas podem ter enfrentado um desgaste desnecessário.
Um desgaste certamente não enfrentado ainda pelo brasileiro. E que pode fazer a diferença nas próximas caídas n'água.
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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