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Maiores da história

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05/05/2017 22h22

O dia hoje foi de Joanna Maranhão, Manuella Lyrio e Nicholas Santos no Troféu Maria Lenk.

Em comum, todos já haviam feito história em suas melhores provas anteriormente.

E prometem mais.

Joanna

Que Joanna Maranhão é a melhor nadadora de provas de medley da história do Brasil, isso todo mundo sabe.

Tivesse ela encerrado sua carreira em 2004, ano em que conseguiu um quinto lugar olímpico nos 400m medley aos 17 anos, ela teria esse status até hoje.

Muitas idas e vindas e altos e baixos depois, cá estamos, 13 anos depois. E com Joanna ainda fazendo história.

Joanna Maranhão (foto: Satiro Sodré/SSPress)

De terça até ontem, nas disputas do Troféu Maria Lenk, que termina amanhã no Rio de Janeiro, ela havia registrado quatro melhores tempos de sua vida: 200m e 400m livre (recorde brasileiro) e 100m e 200m borboleta (recorde sul-americano).

Empolgada, hoje ela foi com tudo para derrubar seu recorde brasileiro dos 400m medley, sua prova de estimação, do Pan de Toronto, em 2015 (4min38s07).

A empolgação foi tanta que até esqueceu do cansaço acumulado de tantas provas e passou forte a primeira metade da prova.

Cansou na segunda metade, e mesmo assim terminou próxima de sua melhor marca, com 4min38s63.

Com esse tempo, ela tem agora as 59 melhores marcas da história do país na prova.

Você não leu errado.

É a maior hegemonia de um nadador, seja no feminino ou no masculino, em uma prova no país.

Encerrou sua participação na competição com mais uma melhor marca pessoal, 55s59 nos 100m livre abrindo o revezamento.

Depois de tantos anos brigando e lutando contra a gestão da CBDA que perdurou por tanto tempo, ela parece mais leve e com um peso a menos nos ombros nessa nova fase da natação brasileira.

Manuella

Quem também já marcou seu nome como melhor nadadora brasileira da história de sua prova é Manuella Lyrio.

Em 2013, escolhemos os integrantes de uma hipotética seleção brasileira de todos os tempos.

Nos 200m livre feminino, as escolhidas foram Mariana Brochado e Patricia Amorim, que tinham os melhores desempenhos olímpicos brasileiros da história da prova.

Pois em 2016 elas foram ultrapassadas por Manuella, que chegou à semifinal da prova, na prova de sua vida. Ela já era semifinalista mundial e medalhista pan-americana.

Na prova de hoje, demonstrou enorme superioridade, mais evidente com a ausência da antiga recordista sul-americana Larissa Oliveira, que não disputa a competição.

Manuella Lyrio (foto: Satiro Sodré/SSPress)

Manuella venceu por mais de dois segundos com 1min57s34, apenas seis centésimos acima de seu recorde continental obtido na Olimpíada do Rio de Janeiro.

As parciais foram muito parecidas com sua prova olímpica, mas sentiu um pouco no final.

O objetivo é chegar a 1min56s e brigar por uma final no Mundial de Budapeste, caso seja selecionada para disputar a competição.

Mas, assim como Joanna, se ela parasse de nadar após sua primeira participação olímpica, já seria a melhor do Brasil na história da prova.

Um status que Nicholas Santos pretende alcançar nos 50m borboleta.

Nicholas

Quem assistiu a prova de Nicholas hoje, sua saída espetacular e ele terminar a prova em 22s61, recorde sul-americano, melhor tempo do mundo em 2017, melhor tempo da história sem trajes e dois décimos acima do recorde mundial, pode pensar "como esse cara não é o melhor da história do Brasil na prova?"

Nicholas Santos (foto: Satiro Sodré/SSPress)

O detalhe é que existe um Cesar Cielo no meio do caminho. Bicampeão mundial da prova em 2011 e 2013, título que Nicholas não tem em piscina longa – tem uma medalha de prata em 2015 e um título mundial em piscina curta, em 2012.

Hoje, Cesar terminou na terceira posição, com 23s22, atrás de Henrique Martins com 23s02 (22s98 nas eliminatórias).

Se a saída de Nicholas impressionou, também foi incrível a parte nadada de Henrique, que não tem uma saída à altura de seus concorrentes e mesmo assim fez o terceiro tempo do mundo no ano.

Nicholas, mais velho vencedor da história do Troféu Maria Lenk aos 37 anos ao lado de Fabiola Molina, torce para que a CBDA abra mais vagas para o Mundial de Budapeste – originalmente, a entidade não planejava convocar atletas de provas não-olímpicas, que é o caso dos 50m borboleta.

E, assim, ir em busca do título que lhe falta na prova.

E, quem sabe, do recorde mundial, em poder do espanhol Rafael Muñoz desde 2009 com 22s40.

E, em Budapeste, se tornar o melhor do mundo. E o maior do Brasil nos 50m borboleta.

Como são Joanna Maranhão nos 400m medley e Manuella Lyrio nos 200m livre.

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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