Brasil encerra Mundial de curta com três bronzes
O último dia do Campeonato Mundial de piscina curta de Hangzhou foi muito especial para a natação brasileira. Foram três medalhas de bronze para encerrar a terceira melhor campanha do país da competição, totalizando oito pódios (dois ouros e seis bronzes) em seis dias de disputas. E o que deixou o dia mais especial foi o fato de dois desses bronzes terem sido inéditos: as duas primeiras medalhas da natação brasileira feminina em provas que fazem parte do programa olímpico.
A primeira veio com Daiene Dias. A pequena nadadora foi uma gigante na final dos 100m borboleta nadando forte desde o início e não se intimidando com as adversárias. Após abrir os primeiros 50 metros na liderança, ela conseguiu manter a frequência para terminar com a medalha de bronze e estabelecer um novo recorde sul-americano: 56s31. Um resultado muito expressivo em sua primeira final de Mundiais. Ao terminar a prova Daiene mal conseguiu conter a felicidade e revelou a reportagem do SporTV "ainda estar sonhando".
Poucos minutos depois foi a vez de sair a segunda medalha feminina do Brasil em Hangzhou. E foi uma medalha da superação. Após o escorregão nos 50m costas e ver as chances do trimundial na prova irem para o espaço, Etiene Medeiros não abaixou a cabeça. A nadadora pernambucana seguiu em frente e "virou a chave". Após uma bela semifinal nos 50m livre, com direito a melhor tempo das Américas, ela foi ainda mais veloz na final garantindo mais uma medalha em Campeonatos mundiais, dessa vez em uma prova olímpica e de novo fazendo o recorde das Américas: 23s76. Uma medalha que mostra o poder de reação que a melhor nadadora da história do país é capaz de proporcionar.
Entre as duas históricas medalhas da natação feminina, saiu outro bronze para o Brasil. E veio na única final do dia onde o país tinha dois representantes: Felipe Lima e João Gomes Júnior. Melhor para Felipe, que nadando na raia 8 fez uma prova bastante consistente para terminar na terceira colocação com o tempo de 25s80. João não conseguiu repetir o desempenho das eliminatórias, quando rompeu a barreira dos 26 segundos pela primeira vez, e terminou em sexto lugar com 26s02. O ouro foi do sul-africano Cameron van der Burgh, que dessa forma encerra sua brilhante carreira com dois títulos mundiais em Hangzhou.
O Brasil ainda esteve em outra final e a medalha escapou por pouco. Na final do 4x100m medley masculino o tim formado por Guilherme Guido, Felipe Lima, Nicholas Santos e Breno Correia lutou em todas os estilos pela medalha contra japoneses e alemães, mas terminou em quarto lugar com 3min22s00. A prova foi a última do país na competição e mostrou a força da equipe brasileira em provas de revezamento, tendo estado em todas as finais do masculino com exceção do 4x50m livre.
Os outros revezamentos do dia foram femininos e em ambos a vitória foi americana. No 4x50m livre, que abriu as finais de hoje, o time formado por Madison Kennedy, Mallory Comeford, Kelsi Dhalia e Erika Brown superou o recorde de campeonato em 1min34s03 em uma árdua batalha contra as holandesas. Já na última etapa do programa, o revezamento 4x100m medley, a equipe americana foi formada por Olivia Smoliga, Katie Meili, Kelsi Dahlia e Mallory Comerford e mais uma vez bateu o recorde de campeonato com 3min45s58. Vale destacar a força dos Estados Unidos nos revezamentos neste Mundial. Das 12 provas por equipes os americanos venceram nove.
Nas demais finais do dia os campeões foram os americanos Caeleb Dressel nos 100m livre (45s62) e Annie Lazor nos 200m peito (2min18s32), o ucraniano Mykhailo Romanchuk nos 1500m livre com novo recorde de campeonato (14min09s14) e o russo Evgeny Rylov nos 200m costas (1min47s02). O sul-africano Chad Le Clos e a húngara Katinka Hosszu foram eleitos pela FINA os melhores nadadores da competição. Ambos conquistaram quatro medalhas individuais na competição em Hangzhou.
Os Estados Unidos foram o país que mais medalhou na competição somando 36 pódios (17 ouros, 15 pratas e quatro bronzes). O Brasil terminou na nona colocação do quadro de medalhas. Ao todo o evento teve nove recordes mundiais e 21 de campeonato. O próxima edição do Campeonato Mundial de piscina curta acontecerá em 2020 em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Os resultados completos do sexto e último dia do Mundial de curta podem ser conferidos no site da Omega Timing clicando aqui.
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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