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Bruno Fratus encabeça campanha em prol do adiamento dos Jogos Olímpicos

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20/03/2020 19h27

O esporte mundial passa por um momento dramático. Devido a pandemia do COVID-19 tudo esta parado. Competições adiadas ou suspensas, atletas sem locais para poder treinar e o risco de alguns deles contrair o vírus afetando a saúde. Enquanto as principais ligas do esporte pararam por um tempo uma delas segue mantendo seu cronograma original: os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.

Mesmo após várias reuniões envolvendo membros do Comitê Olímpico Internacional (COI), Comitê Organizador dos Jogos, governo japonês, membros do G7 (grupo dos sete países mais ricos do mundo), presidentes de federações internacionais e a comissão internacional dos atletas do COI a data de realização dos Jogos, 24 de julho a 9 de agosto, segue mantida. Inclusive, a chama olímpica já chegou à capital japonesa e o tradicional revezamento da tocha segue confirmado pelo território japonês.

Bruno Fratus nos Jogos do Rio-2016 – Foto: Ivan Pacheco/VEJA.com

Ao mesmo tempo em que o presidente do COI Thomas Bach reafirma sua posição em manter a competição dentro dos planos originais, vozes pedindo o adiamento dos Jogos começam a surgir. Entre os dirigentes o Comitê Olímpico Espanhol, a USA Swimming e a Federação Francesa de Natação já se manifestaram em prol do adiamento pensando no bem-estar dos atletas e na saúde mundial. Sebastian Coe, presidente da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), afirmou que não seria tão difícil adiar os Jogos para o ano que vem.

Entre os atletas um personagem esta tomando frente nesta campanha. Trata-se do nadador brasileiro Bruno Fratus. Olímpico em duas ocasiões, em Londres-2012 e Rio-2016, Bruno sabe muito bem o que os Jogos significam. Não só para os atletas como também para todos os envolvidos no torneio: técnicos, árbitros, médicos, voluntários, público, turistas, etc. Organizar um evento tão grandioso como os Jogos Olímpicos nestas circunstâncias podem colocar em risco a saúde e bem-estar mundial.

Tocha olímpica sendo acessa em Tóquio – Foto: Eugene Hoshiko/AP Photo

"A meu ver a questão é um pouco mais complexa do que adiar a competição em prol dos atletas, claro que o fato de tanta gente não conseguindo treinar e competir já seria por si só uma justificativa para o adiamento. Mas existe acima de tudo o risco de contaminação quando se expõe fora das medidas de distanciamento social e é essa parte que me incomoda", disse o nadador em exclusividade a SWIM CHANNEL.

Assim como boa parte dos atletas de alto-rendimento em todo o mundo, Bruno esta de quarentena. A piscina onde treina, em Coral Springs, na Flórida, esta fechada. Da mesma forma que diversos clubes e centros de treinamento ao redor do planeta. Para o nadador é essencial que essas medidas sejam respeitadas visando a saúde dos atletas e também das pessoas que convivem com eles.

Tweet de Bruno Fratus para Kirsty Coventry – Foto: Reprodução

"A prioridade a meu ver teria que ser que cada um fizesse a sua parte para frear a pandemia e proteger a si mesmo, família e qualquer outra pessoa que você possa entrar em contato como em vários casos de portadores assintomáticos", diz o atleta que escreveu esta semana uma mensagem nas redes sociais para a ex-nadadora e presidente da Comissão de Atletas do COI, Kirsty Coventry, pedindo para que ela ouvisse os atletas ao redor do mundo.

Na opinião de Bruno e outros nomes da natação que já se manifestaram como Etiene Medeiros, Bob Bowman e Jacob Pebley, transferir os Jogos para o ano de 2021 seria a medida mais justa para que o espetáculo e tudo que o evento significa não sejam afetados. "Adiar os Jogos até que toda essa situação, ao menos seja controlada, seria o ideal. Depois poderíamos usar este mega evento como uma celebração da resiliência humana", finaliza Bruno.

Bruno Fratus – Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA.

E justamente os Jogos Olímpicos significam essa celebração da união e interação humana. Todos nós queremos assistir a uma competição reunindo os melhores atletas no auge de suas formas físicas e claro, que todos os demais envolvidos estejam saudáveis para vivenciar este momento único.

Alterar a Carta Olímpica, a constituição que rege os Jogos e o Movimento Olímpico e que determina que o evento ocorra de quatro em quatro anos, pode ser algo a ser estudado neste momento crítico pensando justamente no que significam os Jogos Olímpicos para toda a humanidade.

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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