Nadadora morre ao tentar cruzar o Canal da Mancha
swimchannel
18/07/2013 14h37
O Canal da Mancha é um dos maiores desafios (se não o maior) para nadadores de águas abertas de todo o mundo. Este braço de mar liga o sul da Inglaterra ao norte da França. É no Estreito de Dover, ponto mais afunilado do canal com 33 km de distância, que ocorrem as tentativas de travessia a nado. Grandes nomes das águas abertas já tiveram a honra de cruzar as míticas águas do canal, como os brasileiros Abílio Couto e Igor de Souza, por exemplo. Porém, essas águas que podem trazer glória, também podem reservar tragédias.
Conhecido pelas águas geladas e ventos frios, atravessar o Canal da Mancha requer bastante preparo físico e mental. É comum haverem desistências ou mudanças de data para as tentativas devido aos fatores climáticos. E infelizmente, mortes já foram registradas nessas águas. Em 1988, a experiente nadadora brasileira Renata Agondi faleceu após uma falha na rota de sua travessia. Ela se cansou demais e nadou por muito tempo na água gelada, contraindo uma forte hipotermia. E esta semana o Canal da Mancha registrou mais uma perda para o esporte.
Trata-se da nadadora inglesa Susan Taylor, que faleceu no último domingo tentando cruzar as gélidas águas do canal. Susan, de 34 anos, tentava realizar o feito visando arrecadar fundos para uma instituição beneficente de portadores de diabetes. Ela partiu da costa britânica e quando restavam apenas 1,5 km para ela chegar na França começou a se sentir mal e foi retirada da água pelo barco de apoio que a acompanhava. Equipes de resgate foram chamadas para prestar os primeiros socorros e levaram a atleta de helicóptero até um hospital, mas Susan não resistiu.
A causa da morte ainda não foi divulgada, mas pode ter sido por hipotermia, já que a temperatura da água no momento era de 15º C. Susan já havia disputado outras travessias antes, mas era a primeira vez que desbrava o Canal da Mancha. Para se proteger do frio ela usou gordura de ganso sobre a pele e o maiô. A Channel Swimming Association, entidade responsável pelas travessias no canal, publicou uma carta lamentando o fato e emitindo pesar pela morte de Susan.
Mas a tragédia não impediu que o objetivo da travessia fosse alcançado. Após a morte da nadadora aconteceu uma grande mobilização e muitas doações foram feitas para a conta da entidade beneficente que ela tentava ajudar através de suas braçadas. Este foi o último legado deixado por Susan Taylor.
Por Guilherme Freitas
Sobre o Autor
Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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