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Prova de 5 km por equipes: como será?

swimchannel

24/07/2013 18h40

A prova de equipes em águas abertas, que será disputada amanhã em Barcelona (meio-dia no horário local, 7h da manhã no horário de Brasília), é a mais recente inclusão no programa do Mundial de Esportes Aquáticos. A primeira vez que foi realizada foi em 2011, em Xangai.

Trata-se de uma prova interessantíssima. A equipe de cada país é formada por três nadadores, sendo um homem e duas mulheres ou uma mulher e dois homens. E, ao contrário do que se pode pensar, não é em forma de revezamento: as equipes nadam juntas, o tempo todo, por 5 km. A cada 30 segundos sai a equipe de um país, e o cronômetro é disparado. O tempo final é computado quando o último atleta dos três toca a placa. O americano Steve Munatones, ex-atleta, técnico e jornalista, um dos maiores entendedores de águas abertas no mundo, diz que "o evento testa a inteligência de nagevação, ritmo, aproveitamento do arrasto (vácuo) e posicionamento dos atletas."

Sendo assim, veremos duelos estratégicos amanhã. Mas uma coisa é certa: como os homens são mais rápidos que as mulheres, dentro de cada equipe o que acontecerá é que os homens irão na frente, com as mulheres se aproveitando do vácuo formado, podendo assim ter mais possiblidades de acompanha-los. Na prova de 2011, as mulheres diminuíram em até 3 minutos seus tempos conseguidos na prova individual, devido a essa estratégia.

Naquela ocasião, a seleção campeã foi a americana, com os três atletas nadando em fila indiana, a mulher sendo a última. A seleção australiana, que brigou até o final e ficou com a prata, por sua vez, nadou com um homem à frente, e o outro homem e a mulher logo atrás, formando um "V". Será muito interessante ver como as estratégias variarão de equipe para equipe amanhã.

Andrew Gemmel, Ashley Twichell e Sean Ryan: time americano campeão da prova por equipes em 2011. Gemmel e Ryan estão de volta este ano

Em geral, os homens não podem se empolgar muito, pois não podem deixar a(s) mulher(es) da equipe muito para trás, pois esta(s) pode(m) não conseguir aproveitar o vácuo. Por isso, é razoável pensar que quem dita o ritmo principal é(são) a(s) nadadora(s). Segundo Munatones, "um dos segredos da prova é a velocidade e a resistência do nadador mais lento." Que, em geral, são as mulheres.

Por isso, o Brasil entra como um dos favoritos. Afinal, a mulher escolhida é Poliana Okimoto, vice-campeã dos 5 km e campeã dos 10 km. Os nadadores serão Samuel de Bona, 6º colocado na prova de 5 km, e Allan do Carmo, 7º nos 10 km. Uma excelente equipe, todos responsáveis pelos melhores resultados da história das águas abertas do Brasil em suas provas.

Pelo menos no papel, a principal concorrente é a equipe dos Estados Unidos. Contam com Haley Anderson, única que derrotou Poliana nos 5 km. Além disso, eles têm Sean Ryan e Andrew Gemmel, que compuseram a equipe campeã em 2011. Ou seja, além de qualidade técnica, têm experiência na prova, uma vantagem em relação ao Brasil, que no Mundial passado não competiu a prova.

Outros times para se prestar atenção é a sempre forte Alemanha de Thomas Lurz, a França (que não subiu ao pódio, mas Damien Vidal e Aurelie Muller brigaram pelas primeiras posições em suas provas), a Grécia, do campeão dos 10 km Spyridon Gianniotis, a atual vice-campeão mundial Austrália e a Hungria, com a não-usual estratégia de utilizar um homem e duas mulheres.

Será uma prova nova para assistirmos e aprenderemos muito com ela. Só esperamos que o resultado final não seja novo para os brasileiros em Barcelona: mais uma subida no pódio.

Por Daniel Takata

Allan do Carmo, Poliana Okimoto e Samuel de Bona: prontos para brigar por mais uma medalha

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Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

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A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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