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Preview do quinto dia: mais três ouros para o Brasil?

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06/12/2014 22h22

O Campeonato Mundial de piscina curta de Doha chega ao fim amanhã. E a expectativa é que termine tão bem quanto começou para o Brasil. A chance de três ouros, como ocorreu no segundo dia de competições, é real. Difícil, mas possível. A seleção está a duas medalhas de igualar a melhor campanha da história (8, em 2010). Há também expectativa para mais recordes mundiais, o que pode fazer dessa edição a mais recordista da história (já são 17, contra os 18 recordes de Manchester-2008).

Etiene Medeiros, com o 25s83 que abriu o revezamento 4x50m medley, tem o melhor tempo do mundo, pertíssimo do recorde mundial. Provavelmente a maior adversária é a australiana Emily Seebohm, única além da brasileira abaixo de 26s na semifinal. Se acertar saída, virada e chegada, há uma boa chance de sair a primeira medalha individual femina brasileira na história dos mundiais, e logo um ouro.

Etiene Medeiros (foto: Satiro Sodré)

Etiene Medeiros (foto: Satiro Sodré)

Felipe França é favorito absoluto nos 50m peito. Impressionou a força que mostrou na semifinal, com 25s77, aliviando no final e quase batendo o recorde sul-americano. O britânico Adam Peaty, recordista mundial na longa, deu tudo para 25s75. Provavelmente ele e o sul-africano Cameron van der Burgh são os maiores desafiantes. João Gomes Junior, com o quinto tempo, também tem chances de pódio.

Após a vitória incontestável com recorde mundial no revezamento 4x50m medley masculino, o Brasil também é favorito no 4x100m medley. Guilherme Guido está nadando melhor os 100m do que os 50m, Felipe França venceu os 100m peito, Cesar Cielo muito provavelmente estará no pódio dos 100m livre. Em relação ao 4x50m, sai Nicholas Santos, entra Marcos Macedo, que foi finalista nos 100m borboleta. É a equipe mais equilibrada. França e Estados Unidos são os adversários mais perigosos.

E teremos os 100m livre masculino. Há não muito tempo, Cesar Cielo seria o favorito. Mas Florent Manaudou faz a competição de sua vida. O próprio Cielo admitiu que espera que o francês nade para 44s. Se fizer isso, não tem pra ninguém. Cielo e João de Lucca irão brigar por pódio, o que é uma grande coisa. João briga para quebrar a barreira dos 45s, Cielo para melhorar seu recorde sul-americano de 45s74. Mas recorde mundial (44s94), só Manaudou.

João de Lucca e Cesar Cielo (foto: Satiro Sodré)

João de Lucca e Cesar Cielo (foto: Satiro Sodré)

Outras provas:

4x50m livre feminino: Holanda. Só precisam nadar para ter a certeza que não serão desclassificadas, mas ninguém pode com as holandesas. Para a prata, irão brigar Dinamarca, Estados Unidos e Itália. O Brasil busca uma vaga na final.

200m costas masculino: se nos 100m ele foi absoluto, nos 200m o australiano Mitchel Larkin é ainda mais favorito. Quem sabe cai o recorde de campeonato de Ryan Lochte. O japonês Ryosuke Irie irá brigar pelo pódio com nomes não muito conhecidos, como o compatriota Yuki Shirai e o alemão Christian Diener.

200m peito feminino: se nos 50m e 100m vimos um show de Ruta Meilutyte e Alia Atkinson, outra grande performance é esperada aqui. A dinarmarquesa Rikke Pedersen raspou no recorde mundial de longa esse ano, que já lhe pertence, e quer fazer ainda melhor na curta. É a favorita absoluta. Atkinson está na prova e lidera o ranking mundial, mas provavelmente não será páreo para Pedersen.

Rikke Pedersen (foto: Michael Sohn/AP)

Rikke Pedersen (foto: Michael Sohn/AP)

200m borboleta masculino: campeão olímpico da prova, Chad Le Clos busca ser o primeiro da história a vencer as três provas de borboleta em um único mundial. Mas, ao contrário do que se pensa, pode não ter vida fácil, pois o japonês Daiya Seto vem nadando muito bem (ganhou os 400m medley com recorde asiático) e pode incomodar.

200m livre feminino: Katinka Hosszu vai em busca do recorde mundial da italiana Federica Pellegrini, que também está na prova. A holandesa Femke Heemskerk venceu os 100m, está em grande forma e também nada muito bem os 200m. E a sueca Sarah Sjostrom jamais pode ser ignorada. A prova irá pegar fogo.

4x100m medley feminino: campeã no 4x50m medley, a Dinamarca aparece como favorita. Mas a vantagem não é tão grande, e Estados Unidos, Itália e Japão podem incomodar. O Brasil tem uma boa chance de final, assim como no 4x50m.

100m medley masculino: Ryan Lochte busca seu primeiro ouro individual na competição, em sua última prova. Tem uma boa chance, mas a prova será muito equilibrada. Kosuke Hagino não deu 100% na semifinal e irá com tudo. Vladimir Morozov saiu dos 100m livre para tentar vencer essa prova e também é perigoso. Henrique Rodrigues fez sua melhor marca pessoal na semi. O pódio é muito difícil, mas o recorde sul-americano, que pertence a Thiago Pereira, está ao seu alcance.

50m livre feminino: Ranomi Kromowidjojo chegou perto do recorde mundial na semi, com saída e virada fantásticas, e na ausência de Jeanette Ottesen e Sarah Sjostrom, é favorita absoluta. A australiana Bronte Campbell pode incomodar, mas dificilmente tirará o ouro da holandesa.

Ranomi Kromowidjojo (foto: divulgação)

Ranomi Kromowidjojo (foto: divulgação)

100m borboleta feminino: a sueca Sarah Sjostrom raspou no recorde mundial na semi e vai atrás dele. É a favorita, apesar da dinamarquesa Jeanette Ottesen ter escondido o jogo. Ottesen vai melhor na parte submersa, Sjostrom na parte nadada. Como a sueca já venceu o duelo nos 50m, é ainda mais cotada para vencer os 100m.

1500m livre masculino: o australiano Jordan Harrison lidera o ranking mundial e tem ligeiro favoritismo, seguido pelo húngaro Gergely Gyurta. O tunisiano Oussama Mellouli e o canadense Ryan Cochrane, medalhistas olímpicos da prova, podem brigar, mas não são favoritos. De olho no italiano Gregorio Paltrinieri, que teve uma temporada fantástica em piscina de 50 metros e ainda não nadou este ano em piscina curta.

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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