Um campeonato mundial recordista

Com os cinco recordes mundiais estabelecidos hoje, já são 17  marcas superadas em Doha. Faltando ainda um dia para o final da competição, está a apenas um recorde do mundial de curta com mais recordes mundiais da história. Em Manchester-2008, foram 18.

Em favor da edição atual, está o fato que em Manchester os nadadores já se apresentavam com trajes tecnológicos, ainda não tão evoluídos quanto os que apareceriam em 2009, mas que claramente já lhes davam vantagem. Tais trajes foram banidos da natação competitiva de piscina a partir de 2010.

Mas claramente o número de recordes em Doha está sendo beneficiado com a inclusão dos revezamentos 4x50m. Foram cinco recordes nessas provas, entre as versões feminina, masculina e mista. Para uma comparação mais justa, devemos esperar o que irá acontecer amanhã. Com o número de recordes que vem caindo, pode ser que, mesmo sem considerar os tais revezamentos, Doha supere Manchester.

Em tempo: na relação número de recordes por número de provas, a edição inaugural de 1993, em Palma de Mallorca, na Espanha, é imbatível. Foram 15 recordes, e na época o programa era exatamente igual ao olímpico, ou seja, sem provas de 50m borboleta, costas e peito e 100m medley. Mas é preciso ponderar que, das 15 marcas, 13 foram conquistadas no feminino, sendo 11 por nadadoras chinesas, as quais muitas seriam flagradas dopadas nos anos seguintes, em um dos maiores escândalos da história do esporte.

Uma coisa é certa: futuramente o mundial de Doha será lembrado como um dos mais fortes da história da natação. Aproveitemos então o último dia que está por vir.

Por Daniel Takata

Katinka Hosszu: quatro recordes mundiais em Doha até agora (foto: divulgação)