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As recentes naturalizações na natação mundial

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29/06/2015 13h34

No fim de semana aconteceram as últimas partidas da Liga Mundial de Polo Aquático Masculino. Pela primeira vez na história o Brasil chegou as semifinais e voltou para casa com uma medalha de bronze no peito. Depois de cair para a Sérvia, que viria a conquistar o título na final, a seleção brasileira derrotou os Estados Unidos nos pênaltis na disputa pelo terceiro lugar e conseguiu sua melhor campanha na competição. Vale destacar que além do técnico croata Ratko Rudic, há outros cinco jogadores com dupla cidadania ou naturalizados brasileiros no elenco.

Entre esses jogadores há diferentes histórias para eles poderem vestir a touca da seleção, porém, todos cumpriram as regras da Fina (Federação Internacional de Natação) para casos de naturalização. A entidade exige que para um atleta mudar de pátria é necessário registrar residência fixa no novo país um ano antes de oficializar a troca de nacionalidade, algo que todos fizeram recentemente ou há muitos anos. Isso não ocorre apenas no Brasil, pois outras seleções de polo aquático também contam com naturalizados em seus elencos. E não para por ai, outras modalidades aquáticas regidas pela Fina também tem casos recentes de naturalização.

Felipe Perrone, um dos

Felipe Perrone, um dos "estrangeiros" da seleção – Foto: Satiro Sodré

Nos últimos anos tivemos alguns casos de troca de nacionalidades, dois deles pelo fator identificação com a nova pátria. Vivendo na Austrália desde 2008, a britânica Ellen Gandy resolveu mudar de time após o Mundial de Barcelona em 2013. Ano passado ela defendeu a Austrália no Commonwealth Games e no Pan Pacífico. O outro é Darian Townsend. Integrante do revezamento 4x100m livre sul-africano campeão olímpico em 2004, Townsend naturalizou-se americano ano passado. Após muitos anos vivendo e estudando nos Estados Unidos ele optou pela troca de nacionalidade e defenderá o Team USA nos Jogos Pan-Americanos de Toronto.

Porém, também há casos de naturalização por outros interesses. Em 2012 o russo Arkady Vyatchanin anunciou que não defenderia mais a seleção russa por divergências com a Federação do país. Após um longo leilão pelo seu passaporte, Vyatchanin chegou a um acordo com a Federação Sérvia. Se naturalizou, mas como ainda não cumpriu o prazo de residência fixa em sua nova pátria ele está fora do Mundial de Kazan e se prepara para defender a Sérvia nos Jogos Olímpicos do Rio-206. E não custa lembrar que logo depois dos Jogos Olímpicos de Atenas em 2004, o sul-africano Roland Schoeman e o croata Duje Draganja foram sondados para defender a natação do Catar em troca de dinheiro, porém, ambos recusaram o convite. Isso sem falar em Milorad Cavic, que nasceu nos Estados Unidos, mas por ser filho de sérvios ganhou a cidadania para representar o país em competições internacionais.

Após uma longa novela Arkady Vyatchanin vai defender a Sérvia - Foto: Christian Petersen/Getty Images

Após uma longa novela Arkady Vyatchanin vai defender a Sérvia – Foto: Christian Petersen/Getty Images

O tema de naturalização não é novidade para os esportes aquáticos brasileiros. Nos anos 1990 o país teve um caso muito conhecido na natação com Gabrielle Rose. Nascida no Rio de Janeiro e filha de pais americanos, ela morou boa parte da vida nos Estados Unidos, mas representou o Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Mar del Plata-1995 e nos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996. Anos depois decidiu nadar pela seleção americana e foi finalista olímpica em Sidney-2000.

Por Guilherme Freitas

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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