Michael Phelps: a honra e o preço de portar uma bandeira
Ou, ao menos, quase todas.
Pouca gente havia se dado conta, até porque nadadores não costumam participar da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos devido ao simples fato das competições de natação começarem logo no dia seguinte. Mas o maior medalhista da história olímpica jamais havia empunhado o pavilhão americano no desfile das nações que abre a Olimpíada.
Pois desta vez Phelps foi o escolhido. Uma escolha óbvia, por assim dizer. Todas as suas declarações na única ocasião em que se pronunciou após desembarcar no Rio de Janeiro, em entrevista coletiva na última quarta-feira, ficaram no óbvio, destacando a honra e o orgulho de ser o segundo nadador dos Estados Unidos a carregar a bandeira na abertura na história olímpica (o primeiro foi Gary Hall, pai de Gary Hall Jr, em 1976).
A questão é: qual é o preço? Em 2012, a italiana Federica Pellegrini foi a escolhida em seu país e recusou, alegando que o cansaço do desfile poderia prejudicá-la em suas provas. Desta vez, novamente escolhida, não resistiu e irá para a cerimônia.
48 horas depois de assistir Gustavo Kuerten acender a pira olímpica no Maracanã, Phelps, que em uma tomada de tempo há uma semana fez 48s3 nos 100m livre, deverá nadar a final do revezamento 4x100m livre.
De todas as provas que nadou em Jogos Olímpicos, essa é a que ele tem pior aproveitamento: um ouro, uma prata e um bronze. E as dificuldades para vencer a prova, que foram grandes em Olimpíadas anteriores, podem ser ainda maiores desta vez.
Franceses e, sobretudo, australianos têm, no papel, equipes mais rápidas. E outros times também podem brigar pelo pódio, como a Rússia e o Brasil.
Em grande fase, Chierighini deve nadar na casa dos 47s. Não será fácil para Phelps batê-lo. Chegando atrás do brasileiro, e talvez de outros nadadores, os americanos terão que se desdobrar para alcançar a vitória.
Do provável programa de seis provas, esse é o ouro mais difícil para Michael Phelps. Uma dificuldade que poderá ser potencializada pelo eventual cansaço causado por horas em pé no desfile da cerimônia de abertura.
Obviamente um esquema especial deverá ser montado especialmente para ele, mas, em nível olímpico, qualquer fadiga pode ser determinante.
Phelps é mito. Mas isso não o fará ganhar nada. Uma parcial de 100m livre rápida e liderança sobre os companheiros, isso sim poderá fazer a diferença.
Daqui dois dias, mais um capítulo na história do maior de todos os tempos.
Por Daniel Takata
A equipe Swim Channel na cobertura dos Jogos Rio 2016 é patrocinada pela Mormaii, a maior marca de esportes aquáticos do Brasil
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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