Paris-2024: volta as origens
Até os dias de hoje apenas quatro cidades tiveram a honra de receber os Jogos Olímpicos mais de uma vez: Atenas, Paris, Los Angeles e Londres. Em 2020, Tóquio também fará parte desse seleto grupo de locais que tiveram a honra de ver a chama olímpica arder mais por uma veze em seus solos. Londres vai além, afinal é a única que já foi palco do principal evento esportivo do mundo três vezes, em 1908, 1948 e 2012. Mas a capital inglesa terá a companhia. Essa semana o Comitê Olímpico Internacional (COI) escolheu as cidades de Paris e Los Angeles como cidades-sedes dos Jogos de 2024 e 2028 respectivamente.
A Olimpíadas de Paris daqui sete anos poderão de certa forma ser uma volta as origens. Em 1900 a Cidade Luz foi escolhida para sediar a segunda edição dos Jogos. Cidade natal do Barão de Coubertin, principal idealizador das Olimpíadas modernas, Paris recebeu quase mil atletas de 24 países naquela que foi também a primeira participação das mulheres nas competições esportivas. A natação era uma das modalidades mais nobres, mas assim como em 1896 não foi disputada em piscina. O local escolhido foi um dos cartões-postais da cidade: o Rio Sena.
Não, as provas de natação não vão acontecer no Rio Sena e sim em uma nova arena que será construída ao lado do Estádio de Saint-Denis. As águas do rio vão receber os atletas de águas abertas e também do triatlo. Tudo isso de acordo com o Comitê Organizador dos Jogos. Mas para que isso aconteça é preciso resolver um problema. De acordo com as leis parisienses, é proibido nadar no Sena desde 1923 devido a qualidade da água, o pesado tráfego de embarcações e as fortes correntezas. Porém, a cidade promete fazer um trabalho de revitalização para 2024 como aconteceu em outras cidades.
Este ano durante o verão europeu, a prefeitura de Paris implantou três pequenas piscinas as marges do Sena para a população da cidade e chamou o projeto de "conquista ecológica". A iniciativa foi aprovada pela população que lotou o espaço nas primeiras semanas de verão. Foi também uma demonstração de que a cidade fará múltiplos esforços para deixar as águas do Sena aptas para a prática aquática e sem oferecer risco a saúde dos atletas.
Caso as duas maratonas de 10 km das águas abertas realmente ocorram no Sena não veremos cenas que aconteceram por lá em 1900. Naqueles Jogos houve provas que estão até hoje no programa olímpico como os 100m livre e os 200m costas, mas também eventos que hoje fariam parte de atrações de esportes radicais como a prova subaquática ou das Olimpíadas do Faustão como os 200m com obstáculos onde os nadadores tinham que escalar objetos e saltar de volta para a água.
De qualquer forma poderemos assistir a nadadores dando suas braçadas num local histórico e de grande importância para as Olimpíadas e o esporte moderno. Uma verdadeira volta no tempo e um mergulho na história.
Por Guilherme Freitas
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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