Batendo na trave

O quase foi a tônica do primeiro dia de competições no Troféu Maria Lenk. Quem já nadou provavelmente já passou por essa situação: de quase pegar um índice, de quase abaixar de uma marca, de quase quebrar uma barreira. Hoje isso aconteceu em todas as provas.

Nos 200m livre feminino, havia uma expectativa de que finalmente uma brasileira abaixasse da marca dos 2 minutos sem trajes tecnológicos – no ano passado, Manuella Lyrio e Jessica Cavalheiro haviam nadado na casa dos 2min00. No final, Jessica quase conseguiu: melhorou um pouco seu tempo, mas não o suficiente. Na versão masculina da prova, Nicolas Nilo Oliveira, nadando as eliminatórias, fez 1min48s10, índice para o Mundial de Barcelona. Ele quase conseguiu nadar abaixo de 1min48s pela primeira vez. Ninguém no Brasil conseguiu esse feito sem trajes tecnológicos, e há algum tempo Nicolas vem batendo na trave – seu melhor é 1min48s07 de 2011.

Nos 100m costas, Etiene Medeiros, na eliminatória, abaixou muito, mais de um segundo, com direito a índice para o Mundial. O tempo: 1min01s00. Podia ter nadado um centésimo mais rápido, assim poderia dizer que nadou na casa do um minuto. Quase! No masculino, Daniel Orzechowski quase fez o índice para o Mundial, na eliminatória, ficando somente 21 centésimos acima da marca.

Etiene Medeiros: índice para o Mundial, quase nadando para 1min00s!

Poliana Okimoto fez o melhor tempo da sua vida nos 1500m livre, mas também não escapou do quase. Com 16min32s85, ficou a 67 centésimos do mais antigo recorde brasileiro, de Nayara Ribeiro, do Mundial de Fukuoka em 2001. Isso é quase mesmo: significa uma diferença de cerca de dois centésimos a cada 50 metros!

Nos revezamentos 4x50m livre, duas aberturas foram destaque. Marcelo Chierighini fez seu melhor tempo com 22s05 e quase se tornou o terceiro brasileiro a nadar os 50m abaixo de 22 segundos sem trajes tecnológicos (Cesar Cielo e Bruno Fratus são os dois). Graciele Herrmann abriu para 25s20, abaixo do índice para o Mundial que ela terá que confirmar na prova individual. Seu melhor é 25s12, mas desde 2011 ela está nessa faixa, quase nadando para 24s. Quem sabe veremos isso nos 50m livre.

Será este o Maria Lenk dos quases?