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A importância da perseverança

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25/04/2013 23h30

Beatriz Travalon foi uma grande revelação no ano passado ao vencer três provas no torneio Open, campeonato brasileiro absoluto em piscina de 25 metros, e ao chegar à semifinal do Mundial de Istambul, também em piscina curta, nos 50m peito. Mas fica a expectativa. O quanto ela deve ter melhorado em piscina longa?

A resposta veio hoje. Seu tempo de 1min09s32 representa uma melhora de quase dois segundos e meio de sua marca anterior, sim, isso mesmo! Ela não ficou distante do índice para o Mundial de Barcelona, que é de 1min08s63 – cujo índice, em entrevista, ela declarou que vai atrás no Campeonato Brasileiro Sênior daqui três semanas, em Curitiba. Mas, tão importante quanto isso, seu tempo representou a quebra da barreira do 1min10s, que as brasileiras não conseguiam superar sem trajes tecnológicos, e desde 2008 vinham ameaçando. Não foi uma simples quebra de barreira, pois ela também se aproximou perigosamente do 1min08s. A julgar pela sua evolução, a espera por essa marca que valeu a pena continuará valendo. Nos últimos anos, tivemos Flavia Delaroli, Fabiola Molina, Gabriella Silva e Joanna Maranhão finalistas olímpicas e/ou mundiais no livre, costas, borboleta e medley. Quem sabe nos próximos anos uma peitista também não leve a natação feminina do Brasil ao cenário internacional?

Beatriz Travalon

Já na versão masculina da prova, a espera também valeu a pena. Mas a história é diferente.

O 100m peito masculino do Troféu Maria Lenk de 2008 entrou para a história. Em uma disputa fortíssima, durante as eliminatórias, em três séries diferentes, quatro atletas nadaram abaixo do índice para os Jogos Olímpicos de Pequim. Por haver duas vagas por país por prova, os representantes brasileiros em Pequim foram Henrique Barbosa e Felipe França. Para Eduardo Fischer, outro que conseguiu o índice, menos mal que ele já tinha nadado duas Olimpíadas anteriormente. Já para Felipe Lima, que também nadara abaixo do índice e nunca havia disputado uma Olimpíada, o baque poderia virar um trauma que o afetaria pelo resto da carreira.

Não foi o que aconteceu. Ele soube transformar a tristeza em motivação. Enfiou a cabeça na água, treinou com afinco e quatro anos depois, no Troféu Maria Lenk de 2012, lá estava ele, novamente entre quatro nadadores com índice olímpico para a prova. Ele chegou à competição, última seletiva, com o terceiro tempo. Até aquele momento, as vagas brasileiras na prova para Londres eram de Felipe França e João Luiz Gomes Junior. Pois Felipe Lima superou o tempo de João e carimbou passaporte para Londres. Para o outro atleta com índice, Henrique Barbosa, menos mal que ele já tinha disputado uma Olimpíada – e ainda menos mal que ele se classificou para Londres nos 200m peito.

Para João, que nunca foi a uma Olimpíada, um trauma difícil de se superar, certo? Pode até ser. Mas, a exemplo de Felipe Lima, ele descontou sua frustração fazendo o que mais sabe fazer: nadar, nadar e nadar. Hoje, no Troféu Maria Lenk, tanto treino deu resultado. Ele venceu a prova com 1min00s21, melhor marca pessoal, índice para o Mundial de Barcelona e sexto melhor tempo do mundo este ano. É a primeira vez que ele irá nadar a prova em uma grande competição internacional – anteriormente, ele já havia nadado os 50m peito em mundiais. E o curioso é que o outro atleta com índice para Barcelona é justamente Felipe Lima, derrotado na final por dois centésimos, em uma chegada emocionante, com João ultrapassando e vencendo no final.

No ano passado, Felipe França e Felipe Lima foram semifinalistas da prova em Londres. Agora, João Gomes e Felipe Lima tem reais chances de repetir o feito e até irem mais longe. Com histórias de superação como as vividas pelos dois, não podemos duvidar de nada.

Por Daniel Takata

João Luiz Gomes Junior

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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