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Brasileiro Junior/Senior terminado e seleções definidas

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18/05/2013 23h31

Terminou hoje o Campeonato Brasileiro de Inverno Junior/Senior, última seletiva para o Mundial absoluto de Barcelona e o Mundial Junior de Dubai.

É interessante notar que a CBDA informa que o nome oficial do Brasileiro Junior é Troféu Tancredo Neves. Até aí tudo bem. Mas o Brasileiro Senior não tem nome. O que ocorre é que, até o início da década de 2000, o Brasileiro Senior de inverno era realizado junto com o Juvenil, e tinha o nome de Troféu Daltely Guimarães. Não havia Brasileiro Senior de Verão. Foi quando o Troféu Daltely Guimarães foi deslocado para o final do ano, e hoje ele é realizado em conjunto com o Open de Natação. Por isso, o Daltely Guimarães hoje é Brasileiro Sênior de verão. O Brasileiro Juvenil de inverno foi renomeado e hoje é chamado de Troféu Arthur Sampaio Carepa. Agora, o Brasileiro Senior de inverno é realizado junto com o Junior. Mas ainda não recebeu nome. Minha opinião é que ele poderá receber o nome de um presidente da CBDA quando este se retirar do cargo em 2017.

O campeonato contou com a transmissão ao vivo de todas as provas pela TV CBDA, no site de apoio CBDA Web, uma excelente iniciativa que surgiu no ano passado. A realização da competição em quatro dias também foi um ponto positivo (os seis dias do Troféu Maria Lenk pareceram uma eternidade e deixaram a impressão de que a competição poderia ter sido abreviada em pelo menos um dia). No entanto, muitos atletas reclamaram da duração das etapas. Pudera: as etapas da manhã durava em média mais de quatro horas, indo das 9h até mais de 13h, e os atletas deveriam estar de volta à piscina antes das 16h para aquecimento, com início das finais às 17h e término às 21h! Nem é preciso comentar que restava pouquíssimo tempo para descanso. Ao que parece, faltou um pouco de dinamismo.

Não é um procedimento comum em campeonatos brasileiros, mas as premiações poderiam ocorrer durante a realização das provas, em prol da agilidade. Ou os nomes dos finalistas poderiam ser anunciados quando eles já estivessem nadando. Não sugiro que isso se torne rotina, e sim apenas excepcionalmente em uma competição como essa, que apresenta seis finais para cada prova (Junior 1, Junior 2 e Sênior, de ambos os sexos).

Outra crítica é em relação a demora para atualização dos resultados, principalmente nos primeiros dias, e em relação à dificuldade de visualização dos resultados no sistema CBDA Web. Ao que parece não haverá um documento com todos os resultados consolidados (pelo menos não existe do Troféu Maria Lenk), o que dificulta a realização de qualquer levantamento. A CBDA já fez muito pior antes, mas ainda dá para melhorar muito.

Os resultados, ao menos em termos de tempos absolutos, foram modestos, algo esperado pela proximidade com o Troféu Maria Lenk. Foi um grande avanço ter apenas as duas competições como seletiva para o Mundial de Barcelona, e não a costumeira dezena de campeonatos. Já vai fazendo os atletas a se acostumarem a pressão de ter poucas oportunidades para mostrar seu melhor, que é afinal o que acontecerá na competição principal.

O que ficou de esquisito foram alguns critérios. Em provas em que apenas um atleta tivesse conseguido índice no Maria Lenk, somente uma vaga para o Mundial poderia ser alcançada no Brasileiro Junior/Senior. E se dois atletas fizessem tempo melhor que aquele no Maria Lenk? Iria só o melhor dos dois, o que geraria uma incoerência, pois o outro teria tido as mesmas oportunidades, teria feito o segundo melhor tempo do Brasil e não poderia nadar em Barcelona. A regra era clara, mas manca. Muito já se evoluiu, mas os critérios podem ser melhorados para seleções futuras.

Neste Brasileiro, para o Mundial de Barcelona, como não houve novos índices individuais, a competição serviu apenas para confirmar os nomes que faltavam para os revezamentos, que mantiveram os mesmos nomes pré-definidos no Troféu Maria Lenk. Quem mais chegou perto de entrar no time foi Guilherme Guido. Com 54s70 nos 100m costas, ele ficou a seis centésimos do tempo obtido por Daniel Orzechowski há três semanas. Se Guido tivesse nadado mais rápido que 54s64, teria tirado a vaga de Orzechowski do revezamento 4x100m medley. O único índice para o Mundial de Barcelona obtido foi de Graciele Herrmann, nos 50m livre, com 25s29 (o índice era 25s34). Como ela já estava garantida na prova, nada mudou.

O resultado que mais chamou a atenção foi o tempo de Alessandra Marchioro nos 100m livre. Com 55s15, melhorou 36 centésimos do tempo do Troféu Maria Lenk, que já havia sido o melhor de sua vida, e agora tem a melhor marca do Brasil na atualidade. Até mesmo ela ficou surpresa com o resultado, pois desde o Maria Lenk o que fez foi tentar segurar o polimento. A expectativa ficou para sua melhor prova, os 50m livre, que tem índice para o Mundial com 25s17. Um 24s era esperado, mas ela acabou desclassificada por queimar a largada. Ao menos o prognóstico é bom. Somando seu tempo no 100m livre com o de Daynara de Paula, Larissa Oliveira e Graciele Herrmann, o 4x100m livre tem um tempo teórico de 3min41s91. Descontando as saídas livres, a possibilidade é grande de superar o recorde sul-americano de 3min41s49 de 2009, que seria o primeiro em revezamentos em piscina longa após a era dos trajes tecnológicos.

Alessandra Marchioro

Essa possibilidade também existe no 4x200m. Somando os tempos das classificadas Manuella Lyrio, Jessica Cavalheiro, Carolina Bilich e Larissa Oliveira, temos o total de 8min04s43, também abaixo do recorde de 8min05s29 obtido pela equipe finalista olímpica em Atenas/2004. É o segundo mais antigo recorde sul-americano vigente (o primeiro é o do 400m medley da argentina Georgina Bardach, obtido na mesma Olimpíada), e sua superação significaria muito para essas garotas.

Em relação aos revezamentos masculinos, em alguns dias falaremos com mais detalhes sobre o assunto, com declarações exclusivas do professor Alberto Pinto, técnico da seleção brasileira masculina. Em relação à seleção brasileira que disputará o Mundial Junior em Dubai, que também teve sua definição neste Brasileiro Junior/Senior, falaremos com mais detalhes em outro post na próxima semana.

Seleção Brasileira de Natação: Campeonato Mundial de Desportos Aquáticos 2013 (fonte: CBDA)

Feminino
50m livre – Graciele Hermann (25s10) e Alessandra Marchioro (25s17)
100m costas – Etiene Medeiros (1m01s00)
200m medley – Joanna Maranhão (2m14s29)
400m medley – Joanna Maranhão (4m43s70)
4x100m livre:
Alessandra Marchioro (55s15)
Daynara de Paula (55s27)
Larissa Oliveira (55s70)
Graciele Hermann (55s79)
4x200m livre:
Manuella Lyrio (2m00s65)
Jessica Cavalheiro (2m00s69)
Carolina Bilich (2m01s70)
Larissa Oliveira (2m02s39)
4x100m medley:
costas – Etiene Medeiros (1m01s00)
peito – Beatriz Travalon (1m09s32)
borboleta – Daynara de Paula (59s37)
livre – Alessandra Marchioro (55s15)

Masculino
50m livre – Cesar Cielo (21s58) e Marcelo Chierighini (21s88)
100m livre – Marcelo Chierighini (48s11) e Nicolas Oliveira ou Fernando Ernesto (48s72) – a definir
200m livre – Nicolas Oliveira (1m48s10)
50m costas – Daniel Orzechowski (24s68)
200m costas – Leonardo de Deus (1m57s77)
50m borboleta – Nicholas Santos (23s05)
200m borboleta – Leonardo de Deus (1m56s85)
50m peito – João Gomes Junior (27s20)
100m peito – João Gomes Junior (1m00s21) e Felipe Lima (1m00s23)
200m medley – Henrique Rodrigues (1m57s37) e Thiago Pereira (1m57s48)
400m medley – Thiago Pereira (4m15s87)
4x100m livre:
Marcelo Chierighini (48s11)
Nicolas Oliveira (48s72)
Fernando Ernesto Santos (48s72)
Vinícius Waked (49s34)
4x200m livre:
Nicolas Oliveira (1m48s10)
João de Lucca (1m48s78)
Fernando Ernesto Santos (1m49s23)
Vinícius Waked (1m50s21)
4x100m medley:
costas – Daniel Orzechowski (54s64)
peito – João Gomes Junior (1m00s21)
borboleta – Thiago Pereira (52s96)
livre – Marcelo Chierighini (48s11)

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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