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Natalie Coughlin: em busca de novos horizontes

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19/06/2013 20h39

Com a seletiva americana para o Mundial de Barcelona se aproximando, os olhos se voltam para os grandes nadadores daquele país. E existe uma expectativa em relação a uma particular atleta: Natalie Coughlin.

Ela já é uma das maiores nadadores da história. Com 12 medalhas olímpicas, é, no feminino, a atleta mais condecorada da natação, ao lado das compatriotas Jenny Thompson e Dara Torres. Com uma vantagem: Thompson e Torres jamais conquistaram ouros individuais, enquanto Natalie foi bicampeã dos 100m costas em 2004 e 2008.

Outros muitos feitos históricos estão em sua lista, como por exemplo ser a primeira a nadar os 100m costas abaixo do minuto, em 2002. Em 2008, se tornou, no feminino, a primeira atleta americana, contando todos os esportes, a conquistar seis medalhas em uma Olimpíada.

Mas talvez poderia ter sido ainda melhor. Em 2003, ela era vista exatamente como a versão feminina de Michael Phelps. Ambos chegaram ao Mundial de Barcelona com chances de conquistar múltiplas medalhas. Com vantagem para Coughlin, inclusive: ela nadaria sete provas, com chance de vitória em todas elas (Phelps nadaria "somente" seis). Afinal, de suas quatro provas individuais (100m e 200m costas, 100m livre e 100m borboleta), terminou na primeira posição do ranking mundial do ano anterior em três, e na segunda na outra. Em Barcelona, ficou doente e não conseguiu nenhuma medalha individual, enquanto Phelps se consagrava.

Depois daquilo, talvez traumatizada, jamais tentou nadar sete provas em uma grande competição. Nunca mais se arriscou nos 200m costas na longa, prova que ficou perto do recorde mundial em 2002. Uma pena. Se a tragédia de Barcelona não tivesse ocorrido, talvez ela tivesse se tornado um fenômeno ainda maior do que foi. Seria capaz de oito medalhas em uma Olimpíada? Difícil dizer. Mas ela foi medalhista olímpica nos 100m costas, 100m livre e 200m medley, medalhista mundial nos 100m borboleta e chegou perto do recorde mundial dos 200m costas. E ainda por cima, nos Jogos Olímpicos de 2004, com o tempo que fez abrindo o revezamento 4x200m livre, ganharia a prova individual. Natalie Coughlin foi uma das melhores da história. Mas talvez nunca tenhamos visto a melhor Natalie Coughlin que ela poderia ter sido.

Natalie Coughlin

Em 2012, ela tentaria o tricampeonato nos 100m costas, mas terminou na terceira colocação na seletiva olímpica americana e só conseguiu vaga olímpica no 4x100m livre, prova na qual conseguiu um bronze olímpico por ter nadado as eliminatórias em Londres. Com 30 anos, resolveu mudar o foco e está se concentrando nos 50m e 100m livre. Não irá tentar vaga no Mundial de Barcelona nos 100m costas na seletiva que ocorrerá semana que vem, em Indianápolis. Depois de mais de 10 anos, deixou sua técnica Teri McKeever, e, apesar de continuar na mesma equipe (Californa Aquatics, em Berkeley, na Califórnia), está treinando sob o comando de Dave Durden, técnico da equipe masculina. Agora Natalie conta com a companhia nos treinos de Nathan Adrian, campeão olímpico dos 100m livre em 2012, e Anthony Ervin, campeão olímpico dos 50m livre em 2000. Uma motivação diferente: ao invés de competir com mulheres nos treinamentos, o desafio agora é tentar diminuir a distância que a separa dos homens.

Este ano, Natalie experimentou a diferente sensação de fazer o melhor tempo da vida sem estar polida. Foi no 50m livre no GP de Mesa, com 24s90. Com saídas e viradas explosivas, ela pretende aprimorar ainda mais sua velocidade para ir atrás de conquistas inéditas no nado livre, estilo no qual ela jamais foi campeã mundial ou olímpica individual. Clique aqui para ver uma entrevista concedida para o site SwimSwam, há cerca de um mês, na qual ela comenta suas mudanças e seus objetivos para o Mundial.

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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