Desafiando os mares congelantes
Você conhece Lewis Gordon Pugh? Talvez ele não seja tão reconhecido como vencedores de medalhas olímpicas ou recordistas mundiais na natação. Mas seus feitos são tão, ou até mais, espetaculares.
No último dia 18, ele foi apontado como Patrono dos Oceanos pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Mas o que ele faz de tão especial?
Somente a título de introdução, o inglês de 44 anos é o primeiro, e único atleta no mundo, a nadar longas distâncias nos cinco oceanos do planeta. Ele alcançou o que é chamado de "Santo Graal" da natação de águas abertas.
Seu primeiro grande feito, aos 17 anos, foi nadar na Robben Island, na África do Sul, onde Nelson Mandela ficou preso. Já atravessou o temeroso Canal da Mancha, que separa a Inglaterra da França. E nadou onde nenhum homem antes havia nadado. Percorreu todos os 350km do Rio Tâmisa, na Inglaterra; nadou ao redor do Cabo das Agulhas, no norte da África; o Cabo Norte, ponto mais extremo da Europa (temperatura de 8 graus); em Sognefjord, o mais longo fiorde descongelado do mundo; e passou 18 minutos nadando em Petermann Island, na Península Antártica.
Após esses feitos, um pensamento surgiu em sua mente. Ligado em causas ambientalistas, ele ficava chocado com o aquecimento global e o descongelamento das calotas polares. Entre 2005 e 2006, 23% do gelo do Ártico derreteu. E foi aí que ele encarou seu maior desafio.
Depois de meses de treinamento nadando em piscinas de gelo, em 2007 ele nadou dezoito minutos e cinquenta segundos para completar um quilômetro dentro do Oceano Ártico. "É uma dor excruciante. Sinais no seu corpo dizem para você sair daquele lugar", relembrou. Meses após a travessia, o nadador ainda sentia dormência nas mãos.
Seria Lewis Pugh um doido varrido? Indo a fundo nas suas motivações, vemos que suas razões são muito nobres. "Nenhum homem deveria conseguir nadar no Polo Norte. Aquele é um ambiente extremo. Deveria estar totalmente congelado", diz, se referindo às piscinas que passaram a existir no Ártico após o derretimento do gelo.
Mas não tentem isso em casa. De acordo com estudos, Pugh tem a capacidade de aumentar sua temperatura corporal em 2 graus antes de entrar em águas congelantes. Essa habilidade jamais foi reconhecida em outro ser humano. Pugh acredita que desenvolveu essa habilidade após anos nadando em águas geladas.
A partir de então, Pugh se tornou um palestrante internacional. Já falou para públicos nos quais estavam presentes personalidades como o Príncipe Charles e o ex-presidente americano Bill Clinton, entre outros. Sempre levando sua mensagem. "A única maneira de proteger o meio ambiente é tendo o mundo unido. Todos nós tempos que cuidar das florestas, reduzir a emissão de gases CO2, despoluir os oceanos. Essa é uma obrigação que temos com as futuras gerações."
(grande parte das informações foram retiradas da revista de bordo da Tam, janeiro/2013, e da Openwaterpedia.com)
Por Daniel Takata
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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