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Marcelo Chierighini: a velocidade do Brasil em boas mãos

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16/07/2013 23h53

Tetsuo Okamoto é de Marilia. Manoel dos Santos, de Guararapes. Ricardo Prado nasceu em Andradina. Gustavo Borges é natural de Ribeirão Preto e Cesar Cielo, de Santa Bárbara D'Oeste.

Coincidência ou não, boa parte dos medalhistas olímpicos individuais da natação brasileira nasceram no interior do estado de São Paulo. As exceções são o catarinense Fernando Scherer e o fluminense Thiago Pereira.

Por esse histórico, Marcelo Chierighini já tem um bom cartão de visitas. Um não. Dois. Ou até três.

Para começar, ele é da turma do interior paulista. Nasceu em Itu, cidade distante 100 km da capital. E tem uma trajetória diferente: começou a nadar tardiamente, com somente 16 anos. Em tempo recorde, passou de revelação para um dos melhores nadadores do país e hoje é um dos nadadores mais rápidos do mundo.

Esse é outro aspecto vantajoso. Ele é velocista. E, dos sete medalhistas olímpicos brasileiros citados acima, quatro brilharam em provas de velocidade. Querem outro cartão de visitas? Pois bem, ele treina na Universidade de Auburn, na mesma equipe e com o mesmo técnico de Cesar Cielo em 2008 e 2009, quando foi campeão mundial e olímpico.

Marcelo já tem uma medalha em um mundial, no de piscina curta de Dubai, em 2010, pelo revezamento 4x100m livre. É difícil imaginar que ele começara a treinar somente três anos antes. Logo em 2008, saiu de Itu e foi para o Pinheiros, e em 2011 se mudou para os Estados Unidos. Tudo aconteceu muito rápido.

Em 2012, ficou muito próximo do índice individual olímpico nos 100m livre. Foi a Londres nadar os revezamentos, nos quais mostrou personalidade e se destacou com o melhor nadador brasileiro. Este ano, estava pronto para brilhar individualmente. Fez uma excelente temporada universitária americana – ficou próximo de quebrar o recorde das 50 jardas nado livre, que está em poder de Cielo.

No Troféu Maria Lenk, em abril, só chegou atrás de Cielo nos 50m livre, garantindo sua vaga no Mundial de Barcelona à frente de Bruno Fratus, que foi quarto lugar em Londres. Nos 100m, teve uma performance impressionante: com 48s11, fez o quarto melhor tempo do mundo na época (hoje é o quinto). Para se ter uma ideia, Cielo foi quarto colocado no Mundial de 2011 com 48s00. Fato que cria grandes expectativas.

"Acho que o 100m livre é mesmo minha principal prova, até por estar em quinto no ranking", disse Marcelo à Swim Channel. E como está a expectativa por pódio em Barcelona? "Para conseguir medalha, acredito que terei que nadar por volta de 47s70, o que é bem difícil, mas acho que tenho potencial para isso." O 100m livre é a única prova que o Brasil já conseguiu medalhas com dois nadadores em mundiais de longa: o bronze de Gustavo Borges em 1994 e o ouro de Cesar Cielo em 2009.

Outra prova tradicional é o revezamento 4x100m livre, terceiro colocado em 1994 e quarto em 2009. No Mundial de 2011 e na Olimpíada de 2012, a equipe brasileira não chegou à final. Se depender de Marcelo, a história será diferente em Barcelona. "É uma das minhas provas preferidas. Envolve não só a parte física como também o espírito de equipe." E afirma, categórico: "temos tudo para chegar à final."

Marcelo não esconde a influência que teve de Cesar Cielo. Foi treinar em Auburn espelhado justamente pelos bons resultados do compatriota. "Ele passou a nadar muito rápido lá, e isso fez Auburn atrair velocistas, como eu." Talvez o Cielo de hoje seja o Marcelo de amanhã. "Espero que um dia eu esteja nesse papel, de atrair nadadores jovens para Auburn." Pelas possibilidades que tem em Barcelona, o futuro se configura brilhante para Marcelo Chierighini. E logo ele também poderá servir de exemplo para novas gerações de velocistas.

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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