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Ana Marcela Cunha: em busca do bi mundial

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18/07/2013 16h38

Em 2008, Ana Marcela Cunha tinha 16 anos e era a integrante mais jovem de toda a seleção brasileira olímpica. Em Pequim, disputaria a prova dos 10 km em águas abertas, que tinha sua edição inaugural naquela edição olímpica. Por isso, seu quinto lugar foi promissor. Se, jovem e inexperiente, obteve classificação tão expressiva, o que se poderia esperar dela na Olimpíada de Londres, quatro anos depois?

No Mundial de águas abertas de 2010 (não confundir com provas de águas abertas em Mundais de Deportos Aquáticos, como as que serão realizadas em Barcelona nos próximos dias), em Roberval, no Canadá, ficou com o bronze na prova dos 5 km. No mesmo ano, venceu a Copa do Mundo da FINA de Maratonas Aquática. Foi eleita naquele ano a melhor nadadora de águas abertas do mundo pela própria FINA.

Vencedora e já carregando na bagagem a experiência de uma Olimpíada, seria uma das favoritas ao ouro em Londres-2012, certo? Sim, se não fosse por um imprevisto. Para conseguir a vaga olímpica automática, deveria terminar entre as 10 primeiras colocadas na prova de 10 km no Mundial de Desportos Aquáticos de Xangai, em 2011. E o resultado final não foi o planejado.

"Treinei muito para obter a vaga olímpica", disse Ana Marcela à Swim Channel. "Estava entre as seis primeiras faltando uns 500 metros, mas no final fui ultrapassada por outras nadadoras e perdi a vaga olímpica por um segundo." Imaginem só: nadar 10 quilômetros e perder a vaga por um segundo! "Foi um resultado inesperado", diz ela, relembrando a frustração. Para seu azar, não pôde sequer disputar a repescagem, pois outra brasileira, Poliana Okimoto, garantiu a vaga olímpica à sua frente.

Daquela decepção nasceu a maior conquista da natação feminina na história dos Mundiais. "Senti que minha participação naquele Mundial não havia terminado. Faltava alguma coisa."

Dois dias depois, nadou os 5 km e terminou na sétima posição. Um dia depois, caiu para nadar a prova mais dura: a dos 25 km, uma maratona de mais de cinco horas de duração. "Não tinha noção de desgaste ou estratégia, mas estava disposta a encarar as adversárias campeãs mundiais e que estavam mais descansadas por não terem nadado no dia anterior."

Resultado: a única medalha de ouro da história do país conquistada por uma mulher em mundias de natação. "Foi um resultado muito importante, para mim até mais significativo que o quinto lugar na Olimpíada de 2008."

Ana Marcela Cunha e a medalha de ouro em Xangai-2011

Daqui a alguns dias, tentará o bicampeonato no Mundial de Barcelona. "Quero defender meu título com unhas e dentes", e acrescenta: "No bom sentido!", deixando claro prefere o jogo limpo em detrimento a violência, unhadas e puxadas, tão presentes em provas de águas abertas.

Mas antes terá outros desafios. No sábado, ao lado de Poliana Okimoto, nada os 5 km. Dois dias depois, nadará os 10 km, para fechar a participação nos 25 km. "Estou muito bem preparada para todas as provas e vou brigar por pódio em todas, mas os 10 km, por ser distância olímpica, tem um significado especial."

É uma etapa em direção ao objetivo maior: a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. "Disponho de uma estrutura de ponta no SESI e estamos realizando um trabalho de excelência", diz ela, se referindo à sua equipe, para a qual se transferiu este ano após anos na Unisanta, de Santos. "Tenho certeza que chegaremos em 2016 com o pódio olímpico para coroar todo o trabalho."

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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