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Panorama da prova de 25 km

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26/07/2013 15h58

As provas de 25 km encerram amanhã as maratonas aquáticas no Mundial de Barcelona. Terão início as 3h (masculino) e 3h15 (feminino) da madrugada, horário de Brasília (8h e 8h15 em Barcelona). Estão em jogo não só as medalhas, mas também o troféu que a FINA dará para o melhor país no quadro de pontos das águas abertas. Com as excelentes performances de Ana Marcela Cunha, Poliana Okimoto, Alaln do Carmo e Samuel de Bona, o Brasil lidera a pontuação (92 pontos), à frente da Alemanha (78), e tem a chance de sair de Barcelona consagrado como campeão do mundo de maratonas aquáticas.

O número de competidores nos 25 km é consideravelmente mais baixo do que nas outras provas, especialmente em comparação aos 10 km, que é a prova olímpica das águas abertas. No feminino, haverá 22 atletas, e no masculino, 35. Nas outras provas individuais, cerca de 60 nadadores competiram, em cada sexo. O que é compreensível. Não são todos que encaram uma prova de mais de cinco horas de duração. E muitos já estão cansados após terem encarado os 5 km, 10 km e a prova de equipes. Na verdade, somente um nadador competiu as três provas e também enfrentará os 25 km: o alemão Thomas Lurz.

Feminino

Se existe uma favorita na prova feminina, ela é brasileira. Ana Marcela Cunha venceu a prova no Mundial de Xangai-2011, superando a frustração de ter terminado na 11ª posição nos 10 km e com isso não ter conseguido vaga para a Olimpíada de Londres. Ela é a típica nadadora de longas distâncias, "quanto mais metragem melhor", a ponto de considerar os 400m livre em piscina uma prova de velocidade e de achar que a prova de 5 km é muito curta para ela desenvolver todo seu potencial. Tendo se apresentado em excelente forma em Barcelona, com um bronze nos 5 km e uma prata nos 10 km, é a mais cotada para o ouro. "Foquei minha preparação nos 10 km, mas tenho plenas condições de defender meu título nos 25 km", disse ela, que até brincou após os 10 km: "tenho boas chances de vencer, pois a Poliana não vai nadar", disse, se referindo a outra brasileira que chegou à sua frente nas duas provas individuais.

Ana Marcela Cunha durante a prova de 10 km

Em Mundiais de Esportes Aquáticos, ela pode ser a segunda a conquistar um bicampeonato consecutivo na prova (a holandesa Edith van Dijk venceu em 2003 e 2005). Mas ela terá a concorrência de outra nadadora que também busca o segundo título: a alemã Angela Maurer, campeã em 2009. Maurer competará 38 anos no dia da prova e não pode esperar por um presente melhor que a medalha de ouro. Apesar da idade, continua em grande forma e foi bronze na prova de 10 km. Ela tem quatro medalhas na prova, igualada com van Dijk, e pode se tornar a mais condecorada. É a atual vice-campeã mundial. Ana Marcela busca igualar um feito também alcançado por van Dijk, em 2005: medalhas em provas de todas as distâncias no Mundial de águas abertas.

A Itália vem com duas concorrentes fortes: Martina Grimaldi, bronze olímpico na prova de 10 km, e Alice Franco, bronze na prova do Mundial de 2011. As americanas são sempre fortes e vêm com Christine Jennings e Eva Fabian, campeã e vice do Pan-Pacífico de 2010 nos 10 km. A espanhola Margarita Dominguez Cabezas conta com o apoio da torcida e pode brigar: ela foi prata nos 25 km no Mundial de Águas Abertas de 2010 (não confundir com provas de águas abertas do Mundial de Esportes Aquáticos, como as que ocorrem em Barcelona).

Mas as favoritas são mesmo Ana Marcela e Angela Maurer. Com vantagem pela brasileira pelos resultados e motivação conquistados nos últimos dias.

Masculino

O destaque da prova masculina é o super-homem das águas abertas, Thomas Lurz. O alemão já foi medalhista nos 5 km, 10 km e na prova de equipes. Será a primeira vez que ele nadará todas as provas em um Mundial. Na verdade, será a primeira vez que ele nadará os 25 km. Mas não podemos duvidar de nada. Aos 33 anos, está nadando cada vez melhor. Tanto que também foi a primeira vez que nadou a prova de equipes, e conquistou logo o ouro. É o maior medalhista da história dos Mundiais em águas abertas, com 14, e pode aumentar ainda mais sua coleção.

O brasileiro Allan do Carmo tem boas possibilidades. Em 2011, ficou na sexta posição. Mas, naquele Mundial, terminou em 50º nos 10 km, prova na qual em Barcelona ficou em 7º. Se também apresentar uma melhora significativa nos 25 km, podemos até esperar uma medalha. Motivação não falta para ele após o bronze na prova de equipes. O outro brasileiro é Diogo Villarinho, que nada seu primeiro Mundial e pode ir na esteira dos bons resultados conquistados até agora para melhorar sua performance dos 10 km, prova na qual ficou na 52ª posição. Na ocasião, chegou a estar entre os 10 primeiros na metade da prova, mas não aguentou o forte ritmo. A experiência pode fazê-lo dosar melhor as parciais para obter um melhor resultado nos 25 km.

Allan do Carmo, antes da prova de 10 km

O russo Vladimir Dyatchin também é um grande nome, já é veterano (31 anos), tem seis medalhas em Mundiais de Esportes Aquáticos e é o atual vice-campeão da prova. O canadense Richard Weinberger, por sua vez, vem aparecendo com muito destaque, foi bronze nos 10 km na Olimpíada de Londres. Em Barcelona, protagonizou uma história incrível na prova de 10 km, quando perdeu um minuto para voltar e contornar uma boia que tinha perdido, caiu para a 52ª posição, se recuperou e terminou em quinto. Por isso, é um dos mais cotados.

O grego Spyridon Gianniotis foi o vencedor dos 10 km e a exemplo de Lurz, tem 33 anos e continua nadando em alto nível. O italiano Valerio Cleri se notabilizou por nadar em condições duras de correnteza, clima e temperatura da água, o que não ocorre em Barcelona. Mas a prova de 25 km já é por si só uma parada duríssima, então também não pode ser ignorado. E fechando a lista de favoritos, o americano Alex Meyer, campeão da prova no Mundial de Águas Abertas de 2010, que apesar de não ter nadado bem os 10 km (ficou em 42º), tem capacidade para se recuperar.

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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