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Campeão do mundo

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27/07/2013 10h35

E chega ao fim a melhor campanha das maratonas aquáticas do Brasil em Mundiais de natação. Para fechar com chave de ouro, nada melhor que a vitória na contagem geral de pontos nas águas abertas.

Como assim? Contando as colocações das seis provas individuais (5, 10 e 25 km feminino e masculino) e a prova de 5 km por equipes, Brasil e Alemanha teriam terminado empatados com 112 pontos. O mais lógico seria desempate pelo número de medalhas de ouro, e dessa forma a Alemanha levaria o troféu.

O supervisor técnico de águas abertas da CBDA, Igor de Souza, depois do empate, foi checar o regulamento. Não havia critério desempate. Ou seja, os dois países subiriam ao pódio na primeira colocação. Mas Igor encontrou algo mais. Ou melhor, não encontrou: notou a ausência da prova de equipes para a contagem de pontos. Aparentemente, o que ocorreu foi que essa prova foi adicionada ao programa do Mundial em 2011, mas esqueceram de atualizar o regulamento. Ninguém havia notado isso, tanto que todos, até a Omega, estavam contabilizando a prova de equipes na pontuação.

Contabilizando somente provas individuais, o Brasil somou 98 pontos, contra 94 da Alemanha. Certamente, esse erro (feio) será corrigido para o próximo Mundial. Mas o que está escrito, está escrito. O Brasil é o país campeão das maratonas aquáticas em Barcelona.

Equipe brasileira com o troféu de melhor equipe de águas abertas do Mundial (foto: Satiro Sodré)

Nada mais justo. Com cinco medalhas (uma de ouro, duas de prata e duas de bronze), foi, de longe, a melhor participação da história do país. O mais próximo que a seleção havia chegado havia sido em 2009 e 2011, com uma medalha em cada edição.

Talvez por isso, os brasileiros tenham ficado mal acostumados e tenham esperado melhores resultados neste sábado, nas provas de 25 km. No masculino, no entanto, um resultado histórico: o quinto lugar de Allan do Carmo é a melhor colocação individual masculina brasileira em Mundiais. "Fiquei muito feliz de ter brigado até o final. Fui sexto em 2011, quinto agora, espero continuar melhorando para brigar por medalha em 2015 e 2016." Igor de Souza destacou que "antes, no máximo, ele chegava para brigar pela quinta, sexta posiçao. Agora chegou brigando por medalha", destacando que Allan chegou somente dois-três segundos atrás dos medalhistas (o alemão Thomas Lurz, o belga Brian Ryckeman e o russo Evgeny Drattcev). Diogo Villarinho, 15º colocado, destacou a experiência obtida. "Nos 10 km comecei forte e cansei muito. Agora dosei melhor e fiquei bem feliz com a colocação. Foi a primeira vez que nadei a prova, não sabia muito bem o que esperar, e isso vai me ajudar

Allan do Carmo e o vencedor dos 25 km, o alemão Thomas Lurz: resultado histórico para o brasileiro (foto: Satiro Sodré)

Quanto a Ana Marcela Cunha, defensora do título, o quinto lugar foi aquém do que se esperava, principalmente após as medalhas nos 5 e 10 km. "Ela estava muito cansada após essas provas", disse seu treinador Fernando Possenti. Das três medalhistas, só a vencedora, a italiana Martina Grimaldi, havia nadado as duas provas. Possenti destacou também que uma água viva pegou Ana Marcela na sétima volta, e ela é alérgica, o que pode ter afetado seu desempenho.

Mas ela sai de Barcelona com um saldo mais que positivo. "Considero esse Mundial uma volta por cima após ter ficado fora da Olimpíada de Londres. Em 2015, vou focar nos 10 km para garantir uma vaga nos Jogos do Rio, em 2016."

E foi assim a passagem da seleção brasileira de águas abertas por Barcelona. "De 12 caídas na água, podemos dizer que conquistamos nove finais", disse Possenti, em referência a provas de piscina, em que os oito primeiros são os finalistas. "E dessas nove finais, cinco medalhas." Em todas sete provas, foram conquistados os melhores resultados da história do Brasil em Mundiais, com exceção dos 25 km feminino – Ana Marcela havia vencido a prova em 2011, e isso é difícil de igualar. Uma campanha memorável. "Uma campanha que esperávamos fazer somente em 2015", disse Igor de Souza. Um início de ciclo olímpico que não poderia ser melhor.

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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