Chances do Brasil nas finais de hoje

200m borboleta masculino: Leonardo de Deus fará sua primeira final de mundial, e seu técnico Carlos Matheus acredita que uma importante vitória psicológica foi conquistada com isso. Também acha bom que ele nade em uma raia do canto (nadará na um), menos pressionado. Para pensar em pódio, não tem jeito: é nadar abaixo de 1min55s. Em Xangai-2011, o chinês Wu Peng ficou com o bronze com 1min54s67. Em Londres-2012, foi o japonês Takeshi Matsuda com 1min53s21. O nível deve ser mais parecido com o Mundial de dois anos atrás do que a Olimpíada do ano passado, por vários fatores: Michael Phelps se aposentou, Chad le Clos não está na melhor forma, Matsuda está ausente da final. Por isso para entrar no pódio, provavelmente um tempo similar àquela ocasião será necessário. O melhor de Leonardo é 1min55s55, justamente das eliminatórias daquele Mundial. Não há melhor hora para finalmente melhorar essa marca.

50m peito masculino: objetivamente falando, há mais chances aqui do que nos 200m borboleta. Com o 27s05 de João Gomes Junior da semifinal, ele terminaria com a prata em Xangai-2011, atrás somente de Felipe França. O sul-africano Cameron van der Burgh e o esloveno Damir Dugonjic estão com tempos abaixo de 27s, os únicos à frente de João. Mas lembrem-se de 2011: van der Burgh e França haviam se classificado na semifinal abaixo de 27s, e na final nadaram acima disso. Neste Mundial, nos 50m borboleta, cinco atletas haviam nadado abaixo de 23s na semifinal, e nenhum deles repetiu o feito na final. Por isso, não se surpreendam se os tempos da final forem mais lentos que o da semi. O 27s05 de João muito provavelmente será suficiente para medalha. E se conseguir a difícil tarefa de melhorar, o bicampeonato da prova para o Brasil até pode sair.

Por Daniel Takata

João Luiz Gomes Junior: chance de pódio nos 50m peito (foto: Satiro Sodré)