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Finais do quarto dia: João passa perto da medalha

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31/07/2013 15h56

Finais:

200m borboleta masculino

O pódio foi o previsto: o campeão olímpico Chad le Clos (1min54s32), o campeão mundial de 2005 Pawel Korzeniowski (1min55s01) e o vice-campeão de 2007 Wu Peng (1min55s01). O pódio foi bem mais fraco que o da Olimpíada e até mais fraco que o do Mundial de Xangai-2011. Leonardo de Deus foi para cima, passando forte (55s92) e virando para os últimos 50m em quarto. Sentiu o peso e terminou em oitavo com 1min56s44, 38 centésimos acima da semifinal. Com seu melhor tempo de 1min55s55, brigaria pela quarta posição, e um pouco melhor seria pódio. A experiência será de grande valia para o futuro. Le Clos comemorou muito seu primeiro título mundial em longa (já havia sido campeão na curta). O americano Tyler Clary termina em sétimo e parece não estar muito bem.

Chad Le Clos comemora a vitória

50m peito masculino

Os três primeiros fizeram tempos ainda melhores que a forte semifinal de ontem. Com isso, mesmo que João Gomes Junior tivesse repetido sua marca, não conseguiria pódio. Hoje, piorou 15 centésimos, com 27s20, chegando na quinta posição. O sul-africano Cameron van der Burgh confirmou o favoritismo com um forte 26s77, mas derrotando o australiano Christian Sprenger por apenas um centésimo. Este superou o recorde da Oceania. Com 27s04, a surpresa sul-africana Giulio Zorzi, nadando pela raia 8 e melhorando 29 centésimos seu melhor tempo, que foi obtido nas eliminatórias, superando por um centésimo o esloveno Damir Dugonjic, que amargou novamente um quarto lugar por muito pouco – já havia perdido o bronze nos 100m peito para Felipe Lima por três centésimos.

Joao Luiz Júnior ficou perto da medalha – Foto de Satiro Sodré

200m livre feminino

Assim como fez nos 100m costas, Missy Franklin passou forte, mudando sua estratégia usual. Só estava na segunda posição na primeira virada. Depois, liderou de ponta a ponta e venceu com melhor marca pessoal de 1min54s81. Por incrível que pareça, seu melhor tempo vinha do Mundial de 2011, quando abriu o revezamento dos Estados Unidos com 1min55s06. Após o quarto lugar na Olimpíada, é uma bela redenção. A italiana Federica Pellegrini volta a nadar muito bem após a decepção olímpica e faz o melhor tempo de sua vida sem trajes tecnológicos com 1min55s14 (era 1min55s45), em uma prova bem dividida, com uma saída ruim e um grande final, o melhor das oito. A francesa Camille Muffat ao menos se redime um pouco da frustração que foi o 400m livre com o bronze em 1min55s72. Está longe de seu 1min54s66 do ano passado, mas a medalha lhe dá um novo ânimo. Parecia que a espanhola Melanie Costa, empurrada pela torcida, brigaria pelo bronze ao virar para os últimos 50 metros na terceira posição, mas ela havia se empolgado demais e termina longe do pódio com 1min57s04 na quinta posição. Aliás, as três primeiras se destacaram, com Muffat terminando quase um segundo à frente da quarta colocada, a sueca Sarah Sjostrom.

 

Federica Pellegrini e Missy Franklin

800m livre masculino

Nenhuma surpresa com a vitória de Sun Yang, administrando e forçando no final (7min41s36). Seu último 100m não foi nada como nos 400m (53s95) ou o 1500m na Olimpíada (53s49), com 54s82, mas foi o suficiente para uma tranquila vitória. Após a prova, ele disse que a princípio não nadaria essa prova, mas quis provar para si mesmo que era capaz de vencer todas as provas de fundo, e que queria manter o ouro na China, que vai para lá desde 2009. Na verdade, o melhor último 50m foi do americano Michael McBroom (7min43s60), com 27s09 (mas seu último 100m foi 55s63, contra 54s82 de Yang), derrotando na batida de mão o canadense Ryan Cochrane por 10 centésimos. Menos mal que agora o canadense foi para o pódio, pois nos 400m também perdeu no final e ficou sem medalhas. Ele destacou que ele treina com Eric Heidin (prata nos 5 km em Barcelona) e Richard Weinberger (bronze nos 10 km em Londres), e que isso foi decisivo para a evolução de todos e consequentemente do fundo canadense, devido a competição gerada nos treiamentos. O americano Connor Jaeger brigou até o fim pelo bronze mas não teve um final tão bom quanto os medalhistas, terminando com 7min44s26. Falando em águas abertas, o tunisiano Oussama Mellouli, medalhista nos 5 e 10 km semana passada, havia dito que não sabia como reagiria às provas de piscina após nadar tanto nas águas abertas (em Londres, ele nadou na piscina primeiro e depois a maratona aquática). Pelo visto não está reagindo bem, tendo terminado na oitava posição, aquém do que esperaríamos do bronze olímpico nso 1500m livre.

Sun Yang

 

Semifinais:

 

100m livre masculino
Marcelo Chierighini disse que saiu desanimado da eliminatória, classificado em 15º para a semifinal, mas seu técnico Brett Hawke tem a capacidade de "entrar em sua cabeça." Ele disse que isso foi determinante para reverter a situação para que ele conseguisse 48s11, igualando seu melhor tempo, e se classificasse na terceira posição. À frente dele, somente os americano Nathan Adrian (47s95) e James Feigen (48s07), nadando para valer depois de ter feito um tempo até acima desse com saída livre no 4x100m livre. Chierighini melhorou um segundo na volta em relação à eliminatória, e aí foi a diferença de tempo. O australiano James Magnussen havia feito 47s71 de manhã e agora 48s20. Dificilmente melhorará muito do seu tempo da eliminatória. Vladimir Morozov (48s20), um dos favoritos ao pódio por sua performance na Universíade, e Fabien Gilot (48s21), herói do 4x100m livre francês, serão páreos duros.

Marcelo Chierighini tem boas chances de medalha nos 100m livre – Foto de Satiro Sodré

50m costas feminino
Com uma excelente saída, Etiene Medeiros fica a um centésimo de seu melhor (27s89) e se classifica na quinta posição. O pódio está aberto, já que a segunda colocada, a japonesa Aya Terakawa, fez 27s70. A chinesa Fu Yuanhui está um nível acima com 27s40 e ainda pode abaixar um pouco (tem 27s20 esse ano). Se Etiene bate o recorde sul-americano de Fabíola que é justamente 27s70 pode subir ao pódio. Emily Seebohm realmente não está rápida para seus padrões (é recordista olímpica dos 100m costas) e fica fora da final.

Etiene Medeiros disputará sua primeira final de Mundial – Foto de Satiro Sodré

200m borboleta feminino
Forte semifinal, com 2min07s86 sendo necessário para entrar na final. Mireia Belmonte tem um bom final novamente e lidera com 2min06s53. Medalha de prata olímpica, é a melhor chance que ela tem do ouro em sua cidade natal. O maior perigo é a húngara Katinka Hosszu, nadando melhor do que nunca, apesar que pode estar sentindo o cansaço de nadar tantas provas. Com 2min06s85, virá motivada pelo ouro nso 200m medley. Ela já foi prata na prova em Roma-2009 e tem boas chances de melhorar. A americana Camille Adams passou na segunda posição com 2min06s75, próxima de seu melhor tempo, e pode trazer medalha para os Estados Unidos que não vem desde 2007. As últimas campeãs olímpicas, a chinesa Liu Zige (2min07s18) e Jiao Liuyang (2min07s70) não podem ser ignoradas, mas não parecem estar na melhor forma. Joanna Maranhão, com 2min14s07, aumenta três segundos da eliminatória, com uma primeira metade similar, mas perdendo muito na volta.

 

200m medley masculino
Melhor chance para levar o ouro, Ryan Lochte (1min57s07) não vai ter, pois nos 200m costas e 100m borboleta será difícil. Mas também não há melhor chance de ganhar dele, pois ele não é o mesmo recordista mundial de 2011. Que o diga Thiago Pereira (1min57s52), nadando fácil no final. O chinês Wang Shun teve um final espetacular com 27s74 e entra em quinto (1min57s80). Mas os favoritos ao pódio são o japonês Kosuke Hagino (1min57s38) e o húngaro Laszlo Cseh (1min57s41), além de Thiago. Hagino tem 1min55s74 deste ano e é perigoso. Henrique Rodrigues piora seu tempo da eliminatória, com 1min59s47, piorando a segunda metade da prova. Com seu melhor tempo deste ano, ele teria entrado na segunda posição.

Thiago Pereira esteve a frente de Hagino (ao fundo) durante boa parte da semifinal, mas perdeu no fim – Foto de Satiro Sodré

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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