Curiosidades dos Jogos Mundiais Master

Muitas das informações abaixo foram trazidas por Djan Madruga, um dos maiores nadadores da história do país, diretor técnico da CBDA e ainda nadador. Ele também competiu nos Jogos Mundiais Master, em Turim, na Itália, na semana passada, e foi um dos destaques da delegação brasileira, com cinco medalhas individuais, sendo três ouros. Curiosidade: nenhuma delas foi conquistada em provas de livre, que o consagraram, mas no medley e costas.

– Os Jogos Mundiais Master, para atletas acima de 25 anos, formam o evento esportivo com maior número de participantes do mundo. Para se ter uma ideia, na edição de 2009, em Sydney, na Austrália, foram quase 30 mil inscritos. Desta vez, em Turim, foram cerca de 19 mil. Para efeito de comparação, a Olimpíada de Londres, em 2012, reuniu 10.800 atletas.

– A competição foi criada em 1985, e foi disputada pela primeira vez em Toronto, no Canadá. É uma verdadeira Olimpíada de atletas master, e, assim como os Jogos Olímpicos, são disputados a cada quatro anos. A Austrália já sediou o evento três vezes. Também há uma versão de inverno dos Jogos.

– Além de Djan Madruga e Marcus Mattioli, medalhistas olímpicos com o 4x200m livre em 1980, outro que subiu ao pódio em Moscou estava inscrito: Sergey Fesenko, campeão olímpico dos 200m borboleta na ocasião. Mas ele não apareceu para nadar.

– A participante mais velha de toda a competição era nadadora: a japonesa Michiko Hamuro, 94 anos, nadou (e venceu) os 50m e 100m peito na categoria 90+. Como se não bastasse se destacar por esse feito, ela é viúva de Tetsuo Hamuro, campeão olímpico dos 200m peito na Olimpíada de Berlim, em 1936. De acordo com Djan Madruga, "Michiko foi a personalidade mais admirada da competição e foi muito requisitada para fotos, sendo  sempre simpática e procurado atender a todos com o auxílio da sua filha, que também nadou a competição, e pela neta."

Michiko Hamuro e Djan Madruga (foto: ABMN)

– Se vocês acham que Michael Phelps e Thiago Pereira são versáteis, é porque não conhecem o brasileiro Joel Krieger. Ele venceu os 800m livre na categoria 60+ e se disse surpreso com sua performance, pois havia ficado dois meses sem competir. Motivo: esteve no Himalaia entre 1 de abril e 31 de maio escalando o monte Everest. Detalhe: ficou a 300 metros do cume, uma tarefa que pouquíssimos conseguem cumprir. Em Turim, deixou a competição no meio pois não queria deixar passar a oportunidade de escalar o monte Elbrus, na Rússia, o mais alto da Europa. Nadar vários estilos e distâncias já é difícil, imaginem ser campeão mundial na natação master e alpinista bem sucedido ao mesmo tempo!

– O brasileiro Gustavo Heleno é especialista em provas longas e já havia vencido os 200m, 400m e 800m livre na categoria 35+. Ele não estava inscrito nas provas rápidas, mas a organização permitiu que as inscrições fossem feitas até a véspera das provas. Com isso, ele resolveu nadar os 50m e 100m livre. E conquistou mais dois ouros, conseguindo o dificílimo feito de vencer todas as distâncias do nado livre.

– Agora a próxima competição em nível mundial para nadadores master ocorre no ano que vem. É o Campeonato Mundial Master da FINA, que será realizado em Montreal. Esta competição ocorre de dois em dois anos, em anos pares, mas a programação terá uma alteração em 2015. Será quando o evento passará a acontecer em anos ímpares e ocorrerá em conjunto com o Mundial de Esportes Aquáticos. Com isso, a edição de 2015 será realizada em Kazan, na Rússia.

Por Daniel Takata