Pedro Vieira e Mack Horton: grandes perspectivas

Dois resultados do terceiro dia de finais do Mundial Junior, em Dubai, merecem uma atenção especial. O primeiro, por ser brasileiro. O segundo, por ser fora de série.

A medalha de prata conquistada por Pedro Vieira nos 100m borboleta é a primeira conquistada pelo país na competição. Com 53s17, brigou pelo ouro até o fim e só perdeu na chegada por 16 centésimos. O tempo seria suficiente para vencer a prova nas edições passadas da competição, com exceção de 2008, quando os três medalhistas nadaram para 52s.

Pedro tem 18 anos e seu tempo é bem distante do melhor tempo da história da idade, obtido por Michael Phelps no Mundial de 2003 com um básico 51s10. Mas Phelps é uma exceção. O tempo de Pedro é só um pouco aquém do que tinha Ian Crocker, ex-recordista mundial, aos 18 anos: 52s44. E é melhor do que tinha Chad Le Clos, o atual campeão mundial, na mesma idade: 53s21 em 2010.

Pedro Vieira e sua medalha de prata (foto: Satiro Sodré)

Dubai também viu hoje talvez o resultado mais espetacular da competição no masculino até aqui. O australiano Mack Horton já havia sido destaque com um belo tempo nos 400m livre, mas seu 7min45s67 nos 800m livre hoje, abaixando 10 segundos do recorde de campeonato e 11 de seu melhor, foi fantástico. O tempo lhe daria a quinta posição no Mundial de Barcelona. Também lhe coloca na 13ª posição no ranking de todos os tempos da prova.

Aos 17 anos, já é uma realidade. Ao mesmo tempo, é a maior aposta para a Austrália reviver seus dias de glória nas provas longas. Mas é difícil comparar seu tempo nos 800m de hoje com os obtidos pelas lendas Kieren Perkins e Grant Hackett na mesma idade, simplesmente porque na época o 800m livre não era frequentemente nadado. Por isso, esperemos os 1500m livre no último dia. Perkins tinha 14min50s58 e Hackett, 14min51s70 aos 17 anos. Pela evolução. Horton tem tudo para fazer um tempo similar e continuar alimentando a esperança dos australianos de voltar a dominar a prova no cenário mundial.

Por Daniel Takata