Desafio Piraquê Raia Rápida: Austrália campeã, Brasil vice
Hoje, foi realizada a segunda edição do Desafio Piraquê Raia Rápida, na piscina do Botafogo, no Rio de Janeiro. A Austrália se sagrou a grande campeã, com o Brasil assegurando o vice-campeonato. Logo atrás vieram Estados Unidos, campeão no ano passado, e França.
Trazemos abaixo o que de relevante aconteceu na competição, que teve um formato diferente do ano passado, exigindo mais dos atletas e mais atrativo para o público, levando muita emoção e indefinição até a última prova.
Apenas para relembrar, as equipes foram formadas por:
Austrália: Daniel Arnamnart / Christian Sprenger / Matt Targett / Matt Abood
Brasil: Daniel Orzechowski / João Gomes Junior / Nicholas Santos / Alan Vitória
Estados Unidos: Adam Mania / Mike Alexandrov / Eugene Godsoe / Josh Schneider
França: Florent Manaudou / Giacomo Perez-Dortona / Fred Bousquet / Fabien Gilot
Em cada prova individual (50m costas, peito, borboleta e livre), quatro atletas disputavam, sendo um a um eliminado a cada rodada. até sobrar dois nadadores. Ou seja, para garantir a vitória, era preciso nadar três vezes. O campeão levava três pontos para seu país, contra dois do segundo, um do terceiro e zero para o último.
O evento seria encerrado por um revezamento 4x50m medley, no qual o país campeão garantia seis pontos. O segundo levava quatro, o terceiro dois e o quarto zero.
Resumo das provas:
Nos 50m costas, o francês Florent Manaudou foi o primeiro eliminado. Depois, fou a vez do australiano Daniel Arnamnart. O brasileiro Daniel Orzechowski venceu a final contra o americano Adam Mania.
Nos 50m peito, Giacomo Perez-Dortona, da França, terminou na última posição. O americano Mike Alexandrov foi o próximo eliminado. O australiano Christian Sprenger chegou na frente na decisão contra João Gomes Junior.
Nos 50m borboleta, novamente um francês foi logo eliminado, Fred Bousquet. O australiano Matt Targett foi eliminado em seguida. Nicholas Santos levou a melhor contra o americano Eugene Godsoe.
Nos 50m livre, mais uma vez um nadador da França ficou pelo meio do caminho logo no começo, Fabien Gilot. Depois, foi a vez do brasileiro Alan Vitória. O americano Josh Schneider foi o campeão contra o australiano Matt Abood.
Com isso, os brasileiros somaram 9 pontos, os americanos 8 e os australianos 7, contra nenhum dos frances. Com isso, a emoção estava garantida para o revezamento, pois quem vencesse, com exceção da França, levaria o título de melhor país da competição. Se a França vencesse, quem chegasse em segundo seria o país campeão.
Deu Austrália, com a França na segunda posição, seguida por Brasil e Estados Unidos.
Notas da competição:
– O tempo não colaborou, deixando nublada a bela vista do Pão de Açúcar. Mas mesmo assim, o local foi muito elogiado pelos participantes e pelo público. Até mesmo os australianos disseram que jamais nadaram em uma piscina com vista tão bonita – mesmo tendo algumas piscinas construídas à beira-mar no país.
– A Austrália, com 1min38s23, superou o melhor tempo da história do 4x50m medley, que era 1min38s81, de uma equipe australiana de 2010. O tempo não é reconhecido como recorde mundial pela FINA, pois não é uma prova oficial, mas é o mais rápido já registrado em uma competição reconhecida pela FINA – curiosamente, o tempo da equipe americana que venceu o Raia Rápida do ano passado foi melhor (1min38s08), mas este tempo não pode ser registrado porque não havia árbitro da FINA.
– O Brasil, com 1min39s93, supera o recorde sul-americano, este sim reconhecido pela Consanat (Confederação Sul-Americana de Natação).
– O australiano Christian Sprenger curiosamente também estava na equipe australiana de 2010 até hoje dententora do melhor tempo do mundo. Ele foi o fiel da balança, com parcial de 26s66 no peito, conseguindo segurar muito bem o cansaço das três provas nadadas anteriormente e mostrando uma capacidade de recuperação e resistência incrível. Para se ter uma ideia, João Gomes Junior, que na prova individual terminou dois décimos atrás, ficou 1s38 atrás no revezamento.
– Na prova individual, quem impressionou tanto quanto Sprenger foi Nicholas Santos. Seu 23s22 que lhe deu a vitória nos 50m borboleta foi espetacular. É um tempo muito similar ao da final do Mundial de Barcelona (23s21), em que ficou em quarto lugar, e agora em fase pesada de treinamento. Ele mesmo disse que iria encarar a competição como parte de sua programação de treinamentos, fazendo da sequência de provas uma espécia de série de tolerância ao lactato.
– Nicholas não conseguiu repetir sua performance no revezamento (fez 23s71), algo comum na competição – após nadar três vezes em pouco tempo, foi muito duro para os nadadores voltarem a nadar bem uma quarta vez. Aconteceu com todos que chegaram às finais das provas individuais. Josh Schneider e Nicholas, velocistas natos, declararam que foi difícil lídar com o acúmulo de ácido lactico. O que valoriza ainda mais a performance de Christian Sprenger.
– E o que também ajuda a explicar a segunda colocação dos franceses no revezamento. Após terminarem na última posição em todas as provas individuais, o lógico era que também terminassem atrás no revezamento. Mas, como cada um dos nadadores havia competido somente uma vez, chegaram mais descansados do que os concorrentes. O que comprova ainda mais a importância dos nadadores saberem lidar com os esforços ao longo de uma competição curta e de formato dinâmico. Foi um elemento interessantíssimo do evento e que deve ser mantido.
– O evento foi um sucesso, com transmissão ao vivo pela TV Globo durante quase uma hora. Com exceção do Raia Rápida de 2012, fazia muito tempo que uma competição de natação em solo brasileiro não tinha tanta exposição em rede aberta, com transmissão elogiada. Os atletas também eram só elogios. O americano Adam Mania, por exemplo, chegou a dizer que foi a melhor viagem que fez em toda sua vida para uma competição, "a mais divertida que já participei." Amanhã traremos declarações dos atletas em relação à competição.
Por Daniel Takata
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.