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Um grande clássico da natação: Popov x Hall

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07/10/2013 05h00

Gary Hall Jr (de costas) e Alexander Popov

Nos últimos tempos, assim como em toda sua história, a natação mundial viu surgir grandes rivalidades. Alguns exemplos: Michael Phelps x Ian Crocker, Ian Thorpe x Pieter Hoogenband, Aaron Peirsol x Ryan Lochte, Kosuke Kitajima x Brendan Hansen. Disputas que indiscutivelmente só aumentavam o nível das competições e faziam subir a audiência em suas provas.

No entanto, nenhuma delas chegou ao nível da rivalidade de Alexander Popov e Gary Hall Jr (na foto acima, ambos após os 100m livre no Mundial de 1994). Ao contrário das outras citadas, esta ultrapassava os limites das bordas das piscinas. As trocas de farpas entre os dois antes e depois das competições eram notórias. Certa vez, Popov disse que Hall nunca seria campeão olímpico pois vinha de uma família de perdedores (o pai de Hall chegou a ser recordista mundial, mas em Olimpíada no máximo foi prata). O americano, por sua vez, mandou o russo aprender o hino dos Estados Unidos para cantar no pódio, "pois é isso que o público olímpico vai ouvir daqui pra frente".

Vejam abaixo um vídeo, dividido em duas partes, retirado do filme oficial dos Jogos Olímpicos de Atlanta (1996), que conta um pouco da história dessa rivalidade. A narração é de Álvaro José. Muito interessante os comentários dos dois nadadores, além do pai de Hall e do saudoso técnico americano Richard Quick. Imperdível!


 

Algumas curiosidades daquela Olimpíada:

– Antes de 1996, somente Popov e o americano Matt Biondi haviam nadado os 100m livre abaixo de 49 segundos. Em Atlanta, Hall conseguiu o feito nas eliminatórias (48s90) e melhorou um pouco mais na final (48s81). Popov, por sua vez, incrivelmente marcou exatamente o mesmo tempo nas eliminatórias e na final: 48s74 (foi a última Olimpíada sem disputa de semifinais).

– No vídeo, Richard Quick comenta sobre o início alucinante de Hall no revezamento 4x100m livre. Não é para menos. Sua parcial de 47s45 foi a melhor da história naquele momento. E ele completou os primeiros 50m em 21s87! Lembrando que o recorde mundial dos 50m livre na época era 21s80! Claro que a saída livre ajuda, mas virar a primeira metade da prova, com o tempo marcado no pé, apenas 7 centésimos acima do recorde mundial foi um feito impressionante!

– Na narração, Álvaro José diz "nos últimos oito revezamentos medley, os Estados Unidos bateram ou mantiveram seus recordes mundiais". Ele na verdade quis dizer que em todas as vezes que o revezamento 4x100m medley havia sido disputado em Olimpíadas, a equipe masculina americana batera o recorde mundial (exceto em 1992, quando os americanos não superaram a marca, "somente" a igualaram). Uma sequência que foi interrompida na Olimpíada de Londres, quando a equipe americana venceu, mas não bateu o forte recorde do Mundial de Roma-2009, obtido com trajes tecnológicos.

– Em um incidente bastante conhecido, logo após a Olimpíada Popov foi esfaqueado por um vendedor de melancias em uma feira em Moscou e esteve à beira da morte, mas se recuperou totalmente. Hall, então, enviou de presente para o russo que estava internado uma boneca com uma melancia em uma mão e uma faca na outra. "Só queria deixá-lo com algumas feridas", disse o americano na época.

– Ambos Popov e Hall disputaram sua última Olimpíada em Atenas/2004. Em número de medalhas olímpicas, vantagem para Hall: dez contra nove. Em termos de medalhas de ouro, novamente o americano ganha por uma: cinco contra quatro. Mas todas as vitórias do russo foram em provas individuais, contra apenas duas do rival. No confronto direto individual, três vitórias para Popov (50m e 100m livre em 1996 e 100m livre em 2000) e duas para Hall (50m livre em 2000 e 2004).

– Já que estamos falando de Atlanta/1996, é bom lembrar que naquela Olimpíada a maior vencedora foi a americana Amy van Dyken, com quatro ouros, sendo dois individuais. Com três vtórias individuais, a irlandesa Michelle Smith. No masculino, os russos Popov e Denis Pankratov e o neo-zelandês Danyon Loader foram vencedores de duas provas individuais cada. Mas somente um nadador, no masculino, conseguiu três medalhas de ouro, em um feito pouco lembrado. Alguém sabe quem foi ele e em que provas ele alcançou o feito?

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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