Quais serão os tempos na Olimpíada do Rio-2016?
O recorde mundial dos 50m livre cairá até a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016? Algum homem finalmente quebrará a barreira dos 3min40s, ameaçada desde 2000? Cairá o recorde mundial mais antigo da atualidade ?
Joshua Neuloh, técnico alemão, desenvolveu uma metodologia que tenta responder a essas questões. E, a julgar pelos resultados que obteve na Olimpíada de Londres, no ano passado, suas estimativas são bem confiáveis.
Neuloh e sua equipe desenvolveram o Swimnex, algoritmo matemático que analisa resultados de competições de natação para fazer previsões para os próximos anos. Para tanto, possuem uma base com resultados de 40 mil provas individuais e 1.600 provas de revezamento, que está em constante crescimento.
Para Londres, alguns resultados notáveis foram a previsão do recorde mundial nos 100m peito pelo sul-africano Cameron van der Burgh, com um erro de 3 décimos de segundo, e as estimativas para os tempos necessários para classificação (semifinais e final) dos 50m livre feminino, com um erro de 0,01%.
Agora, o Swimnex publicou uma tabela que tenta responder às questões do primeiro parágrafo deste texto. São os tempos que devem ser obtidos até a Olimpíada de 2016.
De acordo com a tabela, 15 recordes mundiais (8 femininos e 7 masculinos) cairão na Olimpíada ou antes.
O tempo estimado para o vencedor dos 50m livre masculino será de 21s19, tempo de acordo com análise feita neste blog há alguns dias, em que destacamos que será muito difícil alguém abaixar o recorde mundial de 20s91 de Cesar Cielo nos próximos anos.
No entanto, o recorde de Cielo nos 100m livre (46s91), de acordo com o Swimnex, está a perigo: até a Rio-2016, alguém fará o tempo de 46s87. Uma marca que já foi ameaçada pelo australiano James Magnussen (47s10).
Nos 400m livre, a previsão é de 3min39s92, finalmente abaixando de 3min40s. E o recorde mundial de Michael Phelps nos 400m medley masculino, o mais antigo atualmente, também será quebrado, de acordo com a metodologia. Phelps, por outro lado, manterá seu nome no livro dos recordes, pois suas marcas nos 100m e 200m borboleta, além de revezamentos 4x100m livre e medley ficarão intactas.
No feminino, destaque para recordes mundiais em todos os revezamentos, e a quebra de barreiras nas provas de costas: abaixo de 58s nos 100m e abaixo de 2min04s nos 200m.
A tabela também traz os tempos necessários para classificação para semifinal e final, além do tempo necessário para a obtenção de uma medalha.
Para chegar ao pódio nos 200m medley, Thiago Pereira terá que nadar para 1min55s04. Para o ouro, será necessário 1min53s53 (seu tempo no Mundial de Barcelona foi 1min56s30).
Outro brasileiro medalhista em Barcelona, Felipe Lima, terá que fazer 58s84 para medalha e 58s13 para vencer os 100m peito (seu tempo é de 59s69).
Até aí nenhuma novidade: medalhas olímpicas em geral vêm com grandes melhoras e superação extrema (vide Thiago nos 400m medley em 2012).
Talvez a única falha do Swimnex é não trazer um intervalo para cada um dos tempos (mínimo e máximo), algo que deve ser facilmente obtido pelo algoritmo. Veja a tabela completa clicando aqui.
De qualquer forma já motiva um bom exercício de imaginação. E será interessante daqui três anos voltarmos à tabela e compararmos com o que realmente terá acontecido.
Por Daniel Takata
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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