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Prêmio Brasil Olímpico: Poliana é o Cielo da vez (ou: porque votar neles)

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17/11/2013 15h50

Não entendeu o título acima? Calma, já explicaremos. Antes de mais nada, após a indicação dos atletas ao Prêmio Brasil Olímpico – principal premiação do esporte brasileiro -, a votação popular, que terá peso de 50% do resultado final, teve início hoje e pode ser acessada aqui: http://globoesporte.globo.com/premio-brasil-olimpico/

Para entender a comparação do título deste post, é preciso retornar a 2009. Um ano em que Cesar Cielo e Poliana Okimoto obtiveram conquistas memoráveis.

Naquele ano, Cielo se consagrou como campeão e recordista mundial nos 50m e 100m livre. Talvez o melhor ano de sua carreira em termos de resultados. Seus adversários no Prêmio Brasil Olímpico de então, Diego Hypólito e Torben Grael, apesar de contarem com grandes conquistas internacionais, não haviam conquistado títulos mundiais. E título mundial, meu amigo, só perde em importância para a medalha de ouro olímpica, salvo para alguns esportes (como futebol e tênis). Por isso, Cielo foi eleito sem contestação.

Cesar Cielo e seu troféu em uma das três edições que venceu o Prêmio Brasil Olímpico (foto: Satiro Sodré)

Cesar Cielo e seu troféu em uma das três edições que venceu o Prêmio Brasil Olímpico (foto: Satiro Sodré)

Em 2009, Poliana Okimoto também concorreu ao prêmio entre as mulheres. Cortesia da medalha de bronze nos 5 km no Mundial de Roma, quebrando um tabu de 15 anos sem medalhas brasileiras em mundiais de esportes aquáticos, e da conquista do circuito da Copa do Mundo de 10 km da FINA. Suas concorrentes eram a lutadora de taekwondo Natalia Falavigna e a judoca Sarah Menezes. Nenhuma delas havia sido campeã mundial absoluta. Não havia uma favorita destacada. Sarah, futura campeã olímpica, acabou agraciada. Muitos contestaram a escolha, baseada totalmente em votação popular. Mas esse foi o resultado.

Se 2009 já havia sido bom para Poliana, 2013 foi incomparável. O título mundial na prova de 10 km em Barcelona já justificaria sua indicação. Mas o peso histórico de suas conquistas é inegável. Suas três medalhas representam mais pódios que qualquer outro brasileiro em uma edição da competição. Algo que nem gente como Cielo, Gustavo Borges e Ricardo Prado conseguiu. Não só isso: computando os principais campeonatos mundiais das modalidades (isso exclui mundiais de piscina curta), nenhum outro brasileiro, em qualquer esporte, conquistou três medalhas em uma edição.

Suas concorrentes serão a judoca Rafaela Silva e a pentatleta Yara Marques. Se, em 2009, nenhuma das candidatas ao prêmio tinha título mundial absoluto, dessa vez a barra subiu: além de Poliana, Rafaela também conquistou o título, no Mundial no Rio de Janeiro. Mas as conquistas de Poliana, além de mais numerosas, a fizeram a melhor atleta de sua especialidade do mundo (foi eleita pela revista Swimming World e está com larga vantagem na eleição realizada pela FINA, cujo resultado será anunciado em janeiro). Por isso, Poliana chega ao Prêmio Brasil Olímpico com status semelhante ao de Cielo na edição de 2009. Ou seja, é a favorita.

Cielo, por sua vez, tem um desafio duro. Em 2009, ra o único campeão mundial concorrendo ao prêmio. Este ano, chega novamente com dois títulos na bagagem, nos 50m livre e borboleta. Mas seus adversários também têm ouros mundiais: o ginasta Arthur Zanetti, que também venceu a Universíade e duas etapas da Copa do Mundo, e o velejador Jorge Zarif, campeão junior e absoluto este ano. Em 2009, Cielo causou mais impacto, pois havia acabado de vir do ouro olímpico e manteve a hegemonia. Agora, esse posto pertence a Arthur Zanetti. A briga será equilibrada. Assim como a disputa feminina de 2009. A favor de Cielo, conta sua história de superação, após cirurgias no joelhos que até colocaram sua carreira em xeque, culminando com o melhor tempo da história dos 50m livre sem trajes tecnológicos.

Jamais dois esportistas da mesma modalidade levaram o Prêmio Brasil Olímpico no mesmo ano. Há muitas chances de isso acontecer em 2013 com a natação. Cielo já levou em 2008, 2009 e 2011. Acostumado a ser favorito, esse posto pertence agora a Poliana. Mas, para a Swim Channel, ambos foram os melhores atletas do Brasil na temporada. Clique aqui para votar (quantas vezes quiser). Podemos garantir: seu voto estará em boas mãos – ou braçadas.

Por Daniel Takata

Poliana Okimoto e suas três medalhas do Mundial de Barcelona (foto: Satiro Sodré)

Poliana Okimoto e suas três medalhas do Mundial de Barcelona (foto: Satiro Sodré)

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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