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John F. Kennedy: o presidente nadador

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22/11/2013 05h00

Há exatos 50 anos, no dia 22 de novembro de 1963, morria o então presidente dos Estados Unidos John Fitzgerald Kennedy.

Em um dos episódios mais conhecidos da história contemporânea, Kennedy foi assassinado a tiros em Dallas, no Texas, a céu aberto, enquanto desfilava em uma limusine, na frente de milhares de pessoas. Sua morte trouxe comoção internacional, principalmente por seu carisma e força política. Mesmo tendo ficado somente dois anos no cargo, é frequentemente tido como um dos maiores presidentes dos Estados Unidos, muitas vezes colocado no mesmo patamar de Abraham Lincoln, George Washington e Franklin Roosevelt.

John F. Kennedy, momentos antes de ser assassinado (foto: Reuters)

John F. Kennedy, momentos antes de ser assassinado (foto: Reuters)

O Blog Swim Channel/UOL faz uma menção honrosa a esse grande personagem da história, relembrando justamente uma de suas maiores paixões: a natação.

JFK sempre teve predileção por esportes. Na Choate, escola que frequentou a high school, em Wallingford, Connecticut, ele demonstrava muito mais interesse por esportes do que pelos estudos. Quando entrou na universidade, em Harvard, em 1935, iniciou no futebol americano. Tinha um certo talento, mas sua compleição física não ajudava.

Seu esporte favorito na época já era a natação, e quando começou a temporada ele iniciou os treinamentos. Era nadador de costas, e conseguiu um lugar na equipe da universidade, que na época era tida como o mais forte time de calouros já formado em Harvard. Nesse primeiro ano, foi treinado por Bob Muir, futuro treinador olímpico e membro do Hall da Fama. No tradicional dual meet contra a Universidade de Yale, JFK, ao lado dos colegas Bob Urquhart e Bill Rines, foi um dos principais responsáveis pela vitória de Harvard.

Na época ele já mostrava inclinação para a política, participando de grêmios e comitês de alunos. Continuava se dedicando à natação, mas em um ritmo cada vez menor, em parte devido aos compromissos políticos da faculdade, em parte devido a inúmeras doenças, as quais foram motivos de muita especulação mesmo após sua morte. Chegou a treinar com Harold Ulen, renomado técnico, autor do livro The Complete Swimmner, que dizia que JFK "era um bom nadador, mas não  excepcional."

John F. Kennedy em seus tempos de nadador em Harvard (foto: AP Images)

John F. Kennedy em seus tempos de nadador em Harvard (foto: AP Images)

Em 1941, foi aceito como membro da Marinha, após ter sido recusado no exército por problemas de coluna. Em 1943, em uma missão nas Ilhas Salomão, durante a Segunda Guerra Mundial, seu barco foi abordado por um destróier japonês. A natação salvou não só sua vida, como de seus companheiros: JFK, mesmo ferido, ajudou 10 colegas a chegarem a uma ilha, de onde foram resgatados. Por essa ação, recebeu a Medalha da Marinha e dos Fuzileiros Navais e se tornou um Herói de Guerra.

Em 1963, já na presidência dos Estados Unidos, JFK criou uma condecoração especial chamada Medalha Presidencial da Liberdade, em reconhecimento a pessoas que tenham contribuído de maneira significativa aos interesses do país, à paz mundial, à cultura e outros campos. Trata-se da mais alta condecoração civil dos Estados Unidos. A premiação deste ano de 2013 ocorreu anteontem e o presidente Barack Obama homenageou, entre outros, Bill Clinton e Oprah Winfrey.

Entre os primeiros condecorados, que receberiam a medalha do próprio JFK em dezembro de 1963, estava Robert Kiphuth, nome escolhido pelo próprio presidente. Kiphuth foi um lendário técnico de natação da Universidade de Yale, da época de quando JFK era nadador. O que demonstra a afeição que o então presidente tinha pelo esporte: até hoje, depois de 50 anos, Kipthuth é a única pessoa envolvida na natação a receber a famosa medalha.

Infelizmente, pouco menos de três semanas antes do evento, JFK foi assassinado naquele fatídico 22 de novembro. Ele se manteve ativo no esporte até o fim de sua vida e nadava na Casa Branca quase todos os dias para aliviar seu crônico problema de coluna. Ele e Ronald Reagan (que chegou a ser capitão da equipe de natação na faculdade) foram os presidentes americanos mais ligados à natação, e o esporte perdeu um daqueles que provavelmente viria a ser um de seus grandes embaixadores.

Fontes: Swimswam, The Harvard Crimson, International Swimming Hall of Fame, Wikipedia

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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