Federica Pellegrini: muito mais que apenas um rosto bonito
Um levantamento muito interessante foi publicado na última edição da revista da FINA a respeito do histórico de recordes mundiais em piscina de 50 metros desde 1957, quando foi decidido que apenas performances em piscinas com essa metragem poderiam valer para recordes (antes, até piscina de jardas contava).
Em 56 anos, foram nada menos que 1.267 recordes mundiais em piscina longa. Alguns fatos não são surpresa. Como, por exemplo, descobrir que os Estados Unidos são os maiores responsáveis por esse número, com 564 marcas. Ou que Michael Phelps é o nadador com mais recordes individuais, com 29. Entre os homens, ele é seguido por Mark Spitz, com 26. Entre as mulheres, lidera a alemã-oriental Kornelia Ender, com 23.
Alguns nadadores de épocas recentes integram o top 10 de maiores recordistas individuais, como a sul-africana Penny Heyns e a holandesa Inge de Bruijn (ambas com 11), o americano Aaron Peirsol (14) e o australiano Ian thorpe (11).
Mas a única ainda na ativa a estar na lista é a italiana Federica Pellegrini, na décima posição entre as mulheres, com 8 marcas.
Devido a sua beleza e suas polêmicas fora das piscinas, muitas vezes seu talento não é lembrado como deveria. Mas esse fato deixa ainda mais claro a espetacular atleta que ela é. Uma das maiores vencedores da atualidade e da história.
Durante um ciclo olímpico completo, dominou as provas de 200m e 400m livre, conquistando o bicampeonato mundial das provas em 2009 e 2011 e sendo campeã olímpica dos 200m em 2008 (única medalha de ouro conquistada pela Itália na história da natação olímpica feminina). Para se ter uma ideia, os únicos nadadores além dela que venceram as mesmas provas na Olimpíada de 2008 e nos Mundiais de 2009 e 2011 foram Michael Phelps (100m e 200m borboleta) e Cesar Cielo (50m livre).
Depois de uma pobre performance, sem medalhas, em Londres-2012, deu a volta por cima para conquistar a prata nos 200m livre no Mundial de Barcelona em 2013, com seu melhor tempo desde a época dos trajes, em 2009. É o primeiro passo na tentativa de se recolocar no topo do mundo. E na direção de um feito inédito: se conseguir o ouro olímpico da prova em 2016, conseguirá o que nenhum nadador na história fez: recuperar o ouro após tê-lo perdido na Olimpíada anterior. Cesar Cielo (50m livre) e Ryan Lochte (200m costas) são outros que também tentarão o mesmo.
Quanto aos seus oito recordes mundiais, seu primeiro foi no Mundial de Melbourne, em 2007, e o último no Mundial de Roma, em 2009, onde se consagrou definitivamente. Ainda detém os recordes dos 200m e 400m livre, daquele Mundial em que os trajes tiveram papel fundamental nas quebras de marcas mundiais.
Mesmo que seus recordes vigentes tenham sido obtidos com trajes, não se pode desmerecer a longevidade. Afinal, vários recordes daquela época já caíram. Sua batalha agora é para recuperar o topo e quem sabe aumentar o número de recordes em sua conta.
Em tempo: o levantamento da FINA traz as cidades em que mais aconteceram recordes mundiais. Sydney lidera, com 79, seguida de Los Angeles (75) e Roma (66). A cidade italiana aparece devido ao Mundial de 2009, turbinado pelos trajes, em que 43 marcas foram estabelecidas. Pellegrini foi a maior recordista da competição com três, ao lado da alemã Britta Steffen. Aqui também a Diva fez história.
Por Daniel Takata
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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