Relembrando Alexander Dale Oen
Na semana passada, no dia 1º de maio, completou-se 20 anos da morte de Ayrton Senna. Em 1994, o tricampeão mundial de Fórmula 1 morreu após um grave acidente no Grande Prêmio de San Marino. Ídolo nacional e ícone mundial, a morte de Senna causou grande comoção em todo o planeta. Curiosamente, o dia anterior, 30 de abril, também é uma data que marca a morte de outro grande atleta. Uma morte precoce, de um nadador que também estava no auge de sua carreira e que causou comoção na comunidade aquática internacional. Em 30 de abril de 2012, morria aos 26 anos, o norueguês Alexander Dale Oen.
Era um dia normal para o atleta, que estava fazendo um trainning camp com a delegação norueguesa na cidade de Flagstaff, nos Estados Unidos. O treinamento da equipe nórdica visava os Jogos Olímpicos de Londres, que apontavam Dale Oen como principal favorito a medalha de ouro nos 100m peito. Porém, após o treino ele teve um mal súbito e sofreu uma parada cardíaca, sendo encontrado no chuveiro por seus colegas. Foi socorrido, mas não resistiu.
Dale Oen era um herói nacional na Noruega. O país nórdico não tinha tradição em natação e até os Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 jamais havia subido ao pódio em Olimpíadas. No Cubo D'Água, Dale Oen brilhou e conquistou a medalha de prata nos 100m peito e passou a ser definitivamente um dos melhores nadadores do mundo. Também havia sido bicampeão europeu na prova e medalhista no Mundial de piscina curta em 2006. Porém, sua consagração seria em 2011, quando foi campeão mundial da prova e tornou-se um grande ídolo nacional.
Além da conquista no Mundial de Xangai, a medalha de Dale Oen tornou-se simbólica pelo momento que a Noruega passava. Três dias antes da conquista, o país nórdico vivia um dos mais tristes de sua história. Anders Breivik, um extremista radical e psicopata, explodiu uma bomba no centro da capital Oslo e invadiu um acampamento de jovens, atirando contra centenas de pessoas. Ele matou 77 pessoas. O título de Dale Oen, o choro no pódio ao ouvir o hino nacional e a dedicação da conquista ao seu país confortou seus compatriotas. E ele era muito querido pelos noruegueses, tendo sido eleito em 2011 como a personalidade do ano.
Infelizmente, quis o destino que ele não tivesse tempo para conquistar a tão sonhada medalha de ouro olímpica. Estava no auge da sua forma e terminou a temporada 2011 próximo do recorde mundial. Sua morte comoveu o mundo da natação e ele recebeu muitas homenagens póstumas. A mais tocante delas veio através de Daniel Gyurta, seu rival dentro da piscina e grande amigo fora dela. O húngaro, campeão olímpico em Londres-2012 nos 200m peito, ofereceu uma cópia de sua medalha de ouro a família de Dale Oen como forma de honrar a amizade e respeito entre ambos.
Por Guilherme Freitas
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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