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As aposentadorias precoces na natação

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14/07/2014 13h39

No último sábado o mundo da natação foi pego de surpresa com uma declaração bombástica da francesa Camille Muffat ao jornal francês L'Équipe: "simplesmente, parei de nadar". Foi assim que a campeã olímpica dos 400m livre anunciou sua aposentadoria das piscinas aos 25 anos de idade. Muitos não entenderam os motivos de Muffat, afinal ela é muito jovem e estava bem ranqueada em suas principais provas, com possibilidades de ganhar medalhas no Campeonato Europeu de Berlim. Porém, problemas particulares com seu técnico e a falta de apetite em competir pesaram em sua decisão de se retirar.

A aposentadoria precoce é algo não muito comum na maioria das modalidades. Na natação ela ocorria com frequência no passado quando boa parte dos nadadores, que não eram profissionais, apenas praticavam o esporte na juventude para depois se dedicar a outras atividades. Hoje em dia ela ocorre mais na natação feminina, pois poucos homens anunciam que irão pendurar a sunga nesta faixa etária, quando estão no auge da forma física. Nos últimos anos nadadoras de nível mundial deixaram as piscinas antes de completar 25 anos. Algumas porque estavam satisfeitas com tudo que alcançaram em sua curta carreira, caso da britânica Rebecca Adlington.

A francesa Camille Muffat anunciou sua aposentadoria - Foto: L'Équipe

A francesa Camille Muffat anunciou sua aposentadoria – Foto: L'Équipe

Campeã olímpica dos 400m e 800m livre nos Jogos de Pequim-2008 aos 19 anos, Adlington se tornou uma estrela esportiva no Reino Unido. Seria um dos grandes nomes da anfitriã Londres em 2012, mas conseguiu apenas duas medalhas de bronze. Após pensar e repensar foi a TV e anunciou oficialmente sua aposentadoria aos 23 anos dizendo-se satisfeita com seus resultados e decidida a traçar novos projetos para sua vida. É comum também ver nadadoras terem resultados expressivos entre o fim da adolescência e início da idade adulta que param mais cedo para voltar alguns anos depois.

Isso aconteceu com a francesa Laure Manaudou. Campeã olímpica aos 17 anos de idade e mundial aos 18, ela se manteve entre as melhores do mundo por alguns anos. Porém, em 2009 aos 22 anos anunciou sua aposentadoria dizendo estar convicta que já não tinha mais porque competir. No período sabático teve um filho e voltou a nadar um tempo depois. Quem seguiu o mesmo roteiro foi a australiana Libby Trickett. Aos 24 anos ela decidiu deixar as piscinas, mas voltou para disputar os Jogos de Londres e encerrar definitivamente sua carreira. Outros casos de aposentadorias precoces nos últimos anos foram da australiana Stephanie Rice aos 25 anos, a britânica Gemma Spofforth aos 24 anos e a chinesa Luo Xuejuan aos 23 anos.

Rebecca Adlington se aponsentou aos 23 anos - Foto: Alliance-Infophot

Rebecca Adlington se aponsentou aos 23 anos – Foto: Alliance-Infophot

A natação brasileira também teve alguns casos de aposentadorias precoces com as olímpicas Mariana Brochado e Gabriella Silva. Ambas deixaram a natação aos 24 anos. Mariana se dedicou aos estudos e a sua atividade como produtora de esportes aquáticos no canal Sportv. Já Gabriella, que sofreu com muitas lesões no ombro, também decidiu deixar de nadar para focar nos estudos em medicina.

Como citamos no início do texto, aposentadorias precoces na natação masculina não são muito comuns, mas elas já aconteceram. Os casos mais recentes são do australiano Ian Thorpe e do americano Anthony Ervin, que penduraram as sungas com 24 e 22 anos respectivamente. Ambos tiveram muitos problemas pessoais e carreiras intensas, mas voltaram a competir após um tempo. Thorpe não se saiu bem, já Ervin é hoje um dos melhores velocistas do mundo.

Por Guilherme Freitas

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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