Inspirada por Ayrton Senna, Ana Marcela faz história
Ana Marcela Cunha conquistou ontem um resultado histórico para as águas abertas do Brasil. A nadadora venceu a tradicional e concorridíssima travessia Capri-Napoli e bateu o recorde da prova ao nadar os 36 km da maratona em 6h24min45s, quase sete minutos mais veloz que a antiga marca da italiana Martina Grimaldi. Considerada como uma das mais desafiadores do mundo, a Travessia Capri-Napoli liga a bela ilha de Capri com a costa da cidade de Nápoles e tem mais de 60 anos de história. Além disso, esta prova faz parte do calendário do Grand Prix da Fina. Para vencer, Ana Marcela tentou nadar o máximo do tempo possível no pelotão dos homens.
"Estou exausta, mas absurdamente feliz pelo resultado. É sensacional você acreditar em um sonho e conseguir alcançá-lo. Esta prova é muito desgastante e um desafio para poucos. Tive que impor um ritmo forte para poder acompanhar os homens sem perder o pelotão de frente. O mar não estava fácil e água muito salgada. Mas felizmente deu tudo certo e a homenagem a Ayrton Senna se completa com vitória e recorde, do jeito que ela gostava", disse a nadadora, que nadou com uma touca inspirada no capacete do tricampeão mundial de Fórmula 1 após vencer a prova.
Esta foi a primeira vez que um(a) nadador(a) brasileiro(a) venceu esta tradicional prova. Grandes nomes das águas abertas do país como Abílio Couto, Igor de Souza e Renata Agondi haviam dado suas braçadas nas águas italianas, porém, jamais haviam vencido esta prova. A vitória com recorde na Itália também coroa o melhor momento da carreira da nadadora baiana.
Desde 2013 ela acumula conquistas e resultados expressivos. No Mundial de Barcelona foi vice-campeã nos 10 km e terceira colocada nos 5 km, subiu ao pódio em provas da Copa do Mundo e foi campeã do Circuito Brasileiro de águas abertas. Este ano já conquistou matematicamente o tricampeonato na Copa do Mundo de 10 km da Fina e lidera o circuito brasileiro. Com o triunfo em Capri-Nápoles, ela adiciona mais uma vitória no circuito Grand Prix da Fina, que contempla travessias com mais de 15 km de distância. Em 2012 ela venceu, com recorde, a prova de 32 km no Lac Saint Jean, no Canadá. No masculino Matheus Evangelista terminou na sétima colocação e Samir Barel em 12º lugar.
A vitória de Ana Marcela não foi o único fato de comemoração das águas abertas do Brasil neste fim de semana. No Lago Balaton, na Hungria, a seleção brasileira júnior do país caiu na água para disputar a segunda edição do Mundial júnior da modalidade. E voltará para casa com uma medalha de bronze no peito. Na prova de revezamento da categoria (16 a 18 anos) o trio Viviane Jungblut, Yagoh Watanabe e Marcus Silva completou os 3 km na terceira colocação com o tempo de 34min26s4.
Uma conquista história e um grande resultado para a nova geração. Cada vez mais o Brasil vai fazendo jus ao título de "país das águas abertas".
Por Guilherme Freitas
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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