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Como foi a coletiva de imprensa do Desafio Piraquê Raia Rápida

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11/09/2014 20h12

Aconteceu hoje, ao lado da piscina do Botafogo, no Mourisco Mar, a coletiva de imprensa da terceira edição do Desafio Piraquê Raia Rápida. Conduzida pelos diretores do evento, Patrick Winkler e Pedro Monteiro, os capitães das equipes foram apresentados e deram suas impressões do evento. Depois os jornalistas fizeram pergunta aos nadadores presentes (ainda a chegar no Brasil estão o sul-africano Cameron van der Burgh, o americano David Plummer e o australiano Kurt Herzog). Acompanhe abaixo a transcrição.

Apresentação dos capitães

Nicholas Santos (Brasil): É um prazer participar novamente desse evento, que foi muito bacana no ano passado, apesar da chuva. Esse ano o tempo está bem melhor, a piscina com os blocos novos está bem bacana, e as equipes estão mais fortes. Gostaria de desejar boa sorte a todos os participantes. Acho que o Brasil está mais forte do que no ano passado, temos boas condições de vencer.

Roland Schoeman (África do Sul): É minha primeira vez aqui no Rio. Peço desculpas por falar em inglês, não sei falar muito bem português. Agradeço pelo convite, é um evento fantástico. Dá para ver pela reação da mídia porque o Brasil é um país tão forte na natação. É uma grande oportunidade de estar no Rio antes da Olimpíada e desfrutar o ambiente. Nós não vamos desapontar como os franceses (se referindo à equipe francesa que ficou na quarta posição nas edições de 2012 e 2013). Estou empolgado também para conhecer as mulheres brasileiras! Sou grande amigo do Nicholas e quem sabe eu encontre uma esposa aqui e vire meio brasileiro! Brincadeiras à parte, fico feliz que o evento não seja somente para jovens nadadores, mas também para veteranos como eu e o nicholas.

Daniel Arnamnart (Austrália): É bom estar de volta. É minha terceira vez aqui e vamos defender o título. Desta vez temos um time bem jovem, mas com especialistas em provas de 200 metros, que pode ser fundamental no quesito resistência no formato do evento. É uma boa oportunidade de estar no Rio, está bem quente aqui, ao contrário da Austrália. Eu bem que gostaria de ficar o dia inteiro na praia me bronzeando!

Anthony Ervin (Estados Unidos): Eu já sabia do evento antes de vir, o pessoal lá nos Estados Unidos gosta bastante e eu estava ansioso para poder nadar. O primeiro contato que tive com o evento foi quando cheguei aqui (no Botafogo) e vi o encontro da montanha com o mar, é muito bonito! Vocês têm muita sorte de ter isso. Sendo minha primeira vez aqui, quero explorar essa terra linda e espero estar aqui daqui dois anos para os Jogos Olímpicos. Eu e o time americano teremos o melhor desempenho possível e queremos vencer a competição.

Os capitães das equipes e os diretores do evento (foto: Satiro Sodré)

Os capitães das equipes e os diretores do evento (foto: Satiro Sodré)

Perguntas dos jornalistas

Pergunta: Nicholas, como traça um panorama desse evento?

Nicholas: No ano passado eu já tinha a estratégia em mente. Na primeira vez que caí na água, fiz uns 23.7 e me assustei porque todo mundo chegou junto, terminei em terceiro. E você tem que dosar na estratégia, para poupar energia. A segunda bateria foi 10 minutos depois, fui mais forte e repeti o mesmo tempo. Pensei, "vou ter que acelerar mais na próxima senão vou perder." O intervalo foi mais extenso, então duelei com o Eugnene (Godsoe) e consegui vencer com 23.2, um tempo muito bom para mim, já que não tinha raspado, só passei a máquina. Para o revezamento tem um tempo bom de descanso, não acumula tanto, mas na prova individual os nadadores têm que tomar cuidado para não se desgastar para as etapas seguintes.

Pergunta: Esse evento é por equipes, mas também se trata de uma junção de individualidades. Como avalia as individualidades do time do Brasil?

Nicholas: O Felipe França e o Guilherme Guido são atletas experientes. O Guido é medalhista mundial e piscina curta, o França é campeão mundial dos 50m peito na piscina longa. O Matheus é bem jovem e vem derrubando recordes. Tem 48.2 nos 100m livre e 22.1 nos 50m, e isso mostra como o Brasil está forte na competição. Mas todo mundo tem que colocar na cabeça a estratégia para chegar bem e disputar a primeira colocação. Vou até passar para eles o que fiz no ano passado e que deu certo.

Pergunta: Matheus, você já competiu depois de Nanquim? O que mudou? O assédio aumentou?

Matheus Santana (Brasil): Depois de Nanquim nadei o Troféu José Finkel. Nadei um dia depois de voltar de viagem, não fui muito bem, estavam meio cansado. O que mudou foram algumas entrevistas. O assédio não mudou muito, o que aumentou foram alguns seguidores em redes sociais. Espero nadar bem aqui e ajudar o time.

Pergunta: Como se sente sendo tão jovem e nadando ao lado de Ervin, Schoeman, Nicholas?

Matheus: É difícil de explicar. Vi esses caras competindo pela televisão, e poder nadar ao lado deles é muito bacana. Quando paro para pensar que eu via esses caras disputando uma final olímpica e agora nadar uma competição contra eles é bem legal.

Equipe brasileira: Nicholas Santos, Guilherme Guido, Felipe França e Matheus Santana (foto: Satiro Sodré)

Equipe brasileira: Nicholas Santos, Guilherme Guido, Felipe França e Matheus Santana (foto: Satiro Sodré)

Pergunta: Roland, você pretende estar na próxima Olimpíada com 36 anos? Velocista realmente fica melhor conforme o tempo passa?

Schoeman: Definitivamente espero estar no Rio em 2016. Nenhum sul-africano esteve em cinco Olimpíadas e esse é meu objetivo. Em relação a velocista ficar melhor com o tempo, não sei dizer. Por muito tempo, a carreira dos nadadores ia até 21, 22 anos. Hoje, nadadores como Nicholas, Ervin, eu, George Bovell, ficamos mais profissionais, melhoramos a dieta, o condicionamento físico, então é difícil comparar. Sinto que continuo melhorando, acredito que os outros caras também, o céu é o limite.

Pergunta: Ervin, você nadou o Swim Stars em Cingapura há uma semana, e teve dificuldades com provas consecutivas. Como avalia a experiência, já que no Raia Rápida o formato também prevê provas consecutivas?

Ervin: O formato é similar, mas não exatamente comparável. Em Cingapura comecei nadando os 100m livre. Dez minutos depois, nadei os 50m livre. Para caras velhos como eu, não é o tipo de formato muito legal. Talvez se eu tivesse sido mais esperto como o ancião aqui (se referindo a Roland Schoeman), teria desistido dos 100m e nadado só os 50m! (risos)

Pergunta: Matheus, todo mundo está com grande expectativa e orgulhoso de te ver nesse grupo. Temos três nadadores medalhistas em mundiais e vão entregar o revezamento para você provavelmente na frente. Você está preparado para encarar essa e terminar na frente?

Matheus: Estou totalmente preparado. Nado bem os 100m, mas nado bem os 50m também. Voltei a treinar agora depois de Nanquim, e se entregarem na frente para mim vai ser difícil a gente perder essa prova.

Pergunta: Roland, tem algum planejamento para se preparar aqui no Rio para os Jogos Olímpicos?

Schoeman: Por enquanto sem planos. Mas estava conversando com Anthony (Ervin) e acho que é importante deixar um legado. Sendo provavelmente minha última Olimpíada, eu, e Anthony também, gostaria de voltar depois para o Rio para encontrar alguma maneira de ajudar no desenvolvimento da natação no país, um projeto social ou algo do tipo.

Pergunta: Daniel Arnamnart, vocês tiveram uma preparação diferente do ano passado para tentar manter o título?

Arnamnart: Estávamos com uma equipe bem forte, mas infelizmente Christian Sprenger e James Magnussen não puderam vir por causa de lesões. Como eu já mencionei, nossa equipe está acostumada com provas de 200 metros. É minha terceira vez aqui e tenho tentado passar dicas sobre estratégia, e acho que o maior desafio é sobreviver à primeira rodada. Uma vez que consigamos isso, com nossa resistência, podemos ir até o fim.

Pergunta: França, como essa competição pode te ajudar na preparação para o Mundial de Doha?

Felipe França (Brasil): Eu, em conjunto com meu técnico Sérgio, decidi não tirar férias após o Finkel, onde obtive bons resultados, para participar do evento. Creio que me ajudará não somente na parte técnica, do nado, mas também na parte psicológica. Vai ser muito bom conviver esses dias com esses atletas de fora, como por exemplo o Cameron van der Burgh, ver o que eles fazem, aprender com eles. Tudo isso vai servir para eu aprender mais, adquiririr mais experiência e fazer uso em Doha e em minha carreira.

Pergunta: Guido, pelo fato de vocês acabarem de sair do Finkel, descansados e polidos, acha que é uma vantagem?

Guilherme Guido (Brasil): Ter um campeonato próximo realmente é uma vantagem, mas a maioria dos nadadores também vêm de campeonatos. Alguns aqui nadaram o Swim Stars em Cingapura, outros o Pan-Pacífico, então esse pessoal também vem bem e todo mundo vai brigar de igual para igual. Nesse ponto não tem vantagem para ninguém. Quem conseguir fazer mais tiros a 100% e tiver uma estratégia melhor é quem vai levar as provas e o revezamento.

Por Daniel Takata

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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