Os polêmicos horários olímpicos
No final do mês passado o Blog do Coach, produzido pelo colunista da edição impressa da SWIM CHANNEL, Alexandre Pussieldi, revelou os prováveis horários das provas de natação dos Jogos Olímpicos do Rio-2016 após uma reunião entre a Fina (Federação Internacional de Natação), o COI (Comitê Olímpico Internacional) e o Comitê Organizador dos Jogos. As eliminatórias começariam por volta das 13h e as finais a partir das 22h. Caso os horários sejam oficializados preparem-se para críticas e discussões nos bastidores.
E elas já começaram, do outro lado do mundo. Dona de sete medalhas olímpicas, a ex-velocista Libby Trickett reclamou publicamente do programa olímpico e acredita que os horários não são interessantes e vão afetar o desempenho dos nadadores dentro d'água. Posição semelhante teve o presidente do Comitê Olímpico Australiano (AOC), John Coates, que afirmou que irá procurar a Fina e o COI para tentar mudar os horários das provas afim de valorizar o bem-estar dos competidores.
Vendo pelo lado do atleta os horários de disputas de fato são muito ruins e mudariam toda a rotina dos nadadores que estão acostumados a levantar cedo, encarar as eliminatórias por volta das 9h da manhã, descansar a tarde e disputar finais no começo da noite. Seguindo o roteiro tradicional eles não precisam nem se preocupar em alterar sua rotina de alimentação e sono, fatores importantíssimos para um nadador de alto nível. Precisam apenas se adaptar ao fuso horário local.
Pelo possível horário olímpico de 2016, os nadadores seriam obrigados a alterar de forma radical sua rotina. A começar pelas disputas das eliminatórias, logo no horário do almoço, que forçaria os atletas a se alimentar bem no meio da tarde. Eles voltariam para a piscina já a noite e após as disputas das finais, entrevistas, antidoping, soltura e jantar, só chegariam a Vila Olímpica para descansar já em plena madrugada, acordando no fim da manhã do dia seguinte. Uma rotina que pode refletir o desempenho dentro da piscina.
O principal motivo para a adoção desses horários "exóticos" seria para favorecer a transmissão de TV da rede americana NBC, que pagou mais de US$ 4 bilhões pelos direitos de transmissão da Olimpíada e gostaria de adequar os eventos esportivos a sua grade de programação. Não seria a primeira vez que isso acontece, já que em Pequim-2008 as finais foram disputadas pela manhã para agradar emissoras americanas.
A divulgação da mídia é de suma importância para a natação conseguir mais espaço e novos fãs, mas é preciso levar em consideração também o ponto de vista dos principais responsáveis pela modalidade: os atletas. Muitos nadadores disputarão mais de uma prova no Rio de Janeiro e precisarão estar totalmente adaptados a essa rotina olímpica durante as disputas. E não seria interessante para ninguém vê-los nadarem mal ou tendo resultados fracos.
Por Guilherme Freitas
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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