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A Evolução das Maratonas Aquáticas no Brasil

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28/11/2014 00h30

Até o ano de 2006 o esporte maratonas aquáticas era pouco conhecido no Brasil e apenas alguns atletas faziam sucesso internacionalmente. Mas foi neste ano, durante o Campeonato Mundial de Águas Abertas, que o Brasil, como uma equipe, começou a se destacar. Conquistamos duas medalhas de prata com a nossa melhor atleta da atualidade, Poliana Okimoto, e colocamos atletas entre os 20 primeiros colocados em todas as provas que participamos.

No ano seguinte, após a modalidade virar olímpica, foi realizado os Jogos Pan Americanos no Rio de Janeiro e o Brasil conquistou duas medalhas, sendo uma de prata e uma de bronze. Em 2009 Poliana Okimoto venceu a Copa do Mundo da Fina de Maratonas Aquáticas e no ano seguinte, a até então jovem promessa Ana Marcela Cunha conquistou a medalha de bronze no Campeonato Mundial e o título na Copa do Mundo.

Em 2011 o Mundial de esportes aquáticos foi seletiva para as Olimpíadas de Londres. Neste evento o Brasil foi do inferno ao céu em menos de três dias. Na prova de 10 km tínhamos grandes chances de classificar duas atletas, pois de acordo com o regulamento as dez primeiras colocadas estariam automaticamente dentro das Olimpíadas. Poliana terminou na 7ª colocação e Ana Marcela na 11ª. Dois dias depois desta prova e mesmo estando triste por não ter conseguido a vaga, Ana Marcela venceu a prova de 25 km e conquistou uma inédita medalha de ouro para Brasil.

Poliana Okimoto é a atual campeã mundial dos 10 km - Foto: Satiro Sodré

Poliana Okimoto é a atual campeã mundial dos 10 km – Foto: Satiro Sodré

No ano olímpico o Brasil se preparou em duas frentes nas águas abertas: um grupo focado na disputa da Copa do Mundo e a atleta Poliana Okimoto com foco nos Jogos de Londres. Com Poliana não tivemos sucesso. Com a temperatura da água em torno dos 18°C, a atleta abandonou a prova com hipotermia e deu adeus ao sonho de uma medalha olímpica. Já na Copa do Mundo Ana Marcela conquistou seu bicampeonato e Allan do Carmo terminou em 3º lugar.

Foi também em 2012 que aconteceu a grande mudança na estrutura de apoio a equipe brasileira de águas abertas. Após os Jogos de Londres foi criado no Brasil um projeto de apoio aos nadadores visando os Jogos do Rio de Janeiro em 2016. Essa ação garante uma estrutura financeira para cobrir as despesas de competições, viagens e de profissionais que cada um necessita. Com isto, foi possível montar uma equipe multidisciplinar para cada atleta e assim fazer um planejamento de médio e longo prazo. Com esta estrutura diferenciada os resultados começaram a surgir já no final do ano, quando Samuel de Bona conquistou a primeira vitória da natação em águas abertas masculina na Copa do Mundo.

No ano passado o foco principal foi o Campeonato Mundial de Barcelona. Além da preparação diferenciada com a equipe multidisciplinar, foi realizado um período de aclimatação antes do evento. A equipe brasileira estava preparada para um bom resultado, mas foi além das expectativas conquistando cinco medalhas: uma de ouro, duas de prata e duas de bronze. Em todas as provas pelo menos um atleta do país esteve entre os oito melhores e consequentemente, o Brasil levou o título inédito de campeão mundial por equipes. Mas após este campeonato, uma pergunta ficou no ar: o Brasil teve um bom desempenho porque calhou de seus atletas estarem bem neste período ou realmente houve uma evolução do esporte no país?

Cuidados com a vista - Foto: Satiro Sodré

Ana Marcela Cunha ganhou a Copa do Mundo pela terceira vez em 2014 – Foto: Satiro Sodré

A resposta veio este ano. Sem um Campeonato Mundial os principais atletas do mundo focaram seus objetivos na Copa do Mundo e mais uma vez o Brasil destacou. Ana Marcela sagrou-se tricampeã mundial e Allan do Carmo conquistou pela primeira vez o título do circuito. No feminino Poliana terminou a temporada na 2ª colocação e no masculino o jovem Diogo Villarinho ficou em 4º lugar e Samuel de Bona em 7º.

Em oito anos o Brasil passou de mero coadjuvante a um dos protagonistas da modalidade. O grande teste ocorrerá a menos de dois anos, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Uma medalha olímpica é o sonho de todos e por isto a disputa será muito acirrada. A equipe brasileira esta no caminho certo, mas é preciso mais para garantir a conquista deste objeto precioso. O trabalho deve continuar.

Por Raul Hacker

Sobre o Autor

Daniel Takata
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.

Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.

Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.

Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.

Sobre o Blog

A Swim Channel é uma editora formada por nadadores que escreve exclusivamente sobre natação sendo eleita a melhor revista do segmento no mundo inteiro no ano de 2012. Através deste Blog, consegue fomentar noticias diárias aumentando o alcance do conteúdo editorial. Acompanhe entrevistas com atletas e personalidades, cobertura dos principais eventos, análises das diversas áreas relacionadas a nossa modalidade.

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