Força, harmonia e arte: nado sincronizado misto
As acrobacias prometem ficar ainda mais agradáveis aos olhos. A harmonia das formas do homem e mulher formando arte e esporte, ao mesmo tempo. Poderia ser patinação artística ou balé, mas a junção que até pouco tempo parecia impossível de acontecer estará presente no maior evento poliesportivo do planeta e começará a ser oficial… na piscina.
"Quando o atleta é bom, independente ser homem ou mulher, é bonito de ver. É muito plástico, acho muito interessante", disse Andrea Cury, técnica de nado sincronizado do Paineiras, modalidade agraciada com a mudança anunciada pela FINA no fim do ano passado: os duetos entrarão em cena.
"O esporte não precisa ser extremamente feminino. Muitas acrobacias exigem força, que o homem vem para somar. Vai abrir novas possibilidades para novos movimentos", completou.
Lara Teixeira, atleta da seleção brasileira que esteve nos Jogos Olímpicos de Pequim e de Londres, vai na mesma onda: "Eu adorei, acho que foi um avanço. Estava na hora de se abrir a cabeça para algumas regras. Mas ainda tem muito preconceito, dizem que não é esporte para homem. Vai demorar para ter muitos praticantes, mas vai vir um ou outro, e aos poucos isso se dissemina. Já apareceram alguns que se frustraram por não poder competir no exterior e avançar na modalidade".
O preconceito é o maior inimigo da mudança. No Paineiras, Andrea revela que ainda não houve procura por parte dos homens. E justamente esse pensamento machista vai fazer com que, possivelmente, demore a aparecer um bom atleta para integrar a seleção brasileira.
O norte-americano Bill May é um dos maiores exemplos internacionais da luta pela integração homem-mulher no nado sincronizado. Ele treina para a modalidade desde os 10 anos, chegou a ser campeão nacional dez vezes, mas em torneios sem validade olímpica. Obrigado a ficar fora dos Jogos de 2004 pelo seu gênero, ele acabou se aposentando do esporte. Hoje, aos 35 anos, está de volta para o dueto misto. E representará os Estados Unidos já no Mundial de Kazan, primeira grande oportunidade de observar como os países reagiram à mudança da FINA. "Ele é um fenômeno, dava banho em muita mulher. Possivelmente é o melhor do mundo", elogiou Lara.
Mais força, mais explosão, mais opções de movimentos novos. Esportivamente, o nado sincronizado ganhou uma chance de ser mais visto e observado, e, com a dinâmica de casal, tornou-se ainda mais esteticamente agradáveis.
Por Mayra Siqueira
Sobre o Autor
Redator da Revista Swim Channel. Tem colaborado com os principais veículos impressos e eletrônicos sobre natação e vem comentando competições no SporTV.
Guilherme Freitas
Jornalista da Revista Swim Channel e correspondente internacional de imprensa da FINA (Federação internacional de Natação), formado pela FMU e pós-graduado em Globalização pela Escola de Sociologia e Política.
Patrick Winkler
Editor- Chefe da Revista Swim Channel, Colunista da Radio Bradesco Esportes FM. Graduado em administração de empresas na Universidade Mackenzie, e pós-graduado em Gestão do Esporte pelo Instituto Trevisan.
Mayra Siqueira
Repórter da Revista Swim Channel e jornalista esportiva da Rádio CBN. É correspondente da FINA (Federação internacional de Natação) no Brasil e é colunista de natação para o Blog Esporte Fino, da Carta Capital.
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